Novamente, a Sinfônica de NY, com o maestro Leonard (em lp)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de novembro de 1989
Com a morte do lendário Herbert von Karajan, aos 81 anos, no dia 16 de julho último, sem dúvida que o maestro mais famoso em todo o mundo passou a ser o americano Leonard Bernstein, 71 anos, compositor e regente, que através de suas aproximações com musicais da Broadway ("West Side Story", 1957; "Candide", 1956; "On The Town", 1949), chegou a faixas bem mais amplas de público. Educado em Harvard e no Curtis Institut of Music, na Filadélfia, professor na Universidade Brandeis (1951-56), seria, entretanto como titular da Filarmônica de Nova York (1958-69) que teria seu período mais áureo. Autor de obras notáveis no campo sinfônico (incluindo "The Age of Auxiety", 1949), partituras para balés e a "missa" (1971), Bernstein continua ativíssimo.
Como maestro convidado rege as maiores orquestras do mundo, além da própria Filarmônica de Nova York, inclusive fazendo novas gravações. Exemplo disto são dois álbuns - dois discos, mas em capa simples - que a CBS/Breno Rossi acaba de lançar.
No primeiro, "The World's Greatest Marches", Bernstein mostra que uma boa marcha - longe de ser um ritmo menor, de cunho ufanista-militar - pode ter a dimensão de clássicos. E com temas que vão do mais famoso autor de marchas americanas, John Philip Souza (1854-1932) a Bizet, Berlioz, Elgar, Verdi, Prokofieff, Wagner, Tchaikowski e outros mestres que não dispensaram o gênero, oferece um álbum esplêndido, com os temas de marchas em óperas, bailados e sinfonias) ou as composições nacionalistas como "La Marselaise" (França), "Sempre Fidelis" e "Battle Humn of The Republic".
No segundo álbum duplo, temos Bernstein regendo a Filarmônica de Nova York com três sinfonias de Félix Mendelson (1809-1847). Embora este compositor tenha vivido apenas 38 anos compôs grande número de obras para muitas combinações de vozes e instrumentos, ações, oratórios, peças para piano, música de câmara, concertos e aberturas de concerto e especialmente sinfonias. Aqui temos as Sinfonias nº 3 - a chamada "Escocesa", que criou quando tinha 30 anos; a sinfonia nº 4 ("italiana") desenvolvida entre 1839/3 e a Sinfonia nº 5 - a chamada "Reforma", que fez para comemorar o tricentenário da Confissão de Augsburg, a declaração oficial das igrejas luteranas, escrita em 1530 por Martinho Lutero.
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