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Aramis

Coral dos mórmons grava os populares

A música de coral tem sempre um público fiel. E quando há um coral da dimensão do Mórmon Tabernacle Choir, Utah, então o público é ainda maior. Portanto, é natural que a discografia deste coro do Tabernáculo Mórmon seja tão extensa e apreciada em inúmeros países. A CBS/Breno Rossi está reeditando três dos discos mais comunicativos do Coral, verdadeiros best-sellers em termos de comunicação. Em "Cielito Lindo", pela primeira vez o coro mórmon ofereceu um programa completo em espanhol. Esta gravação é resultado direto de uma apresentação que o grupo fez no México, em agosto de 1972, quando aprendeu diversas canções em espanhol. O Coro gostou tanto do repertório que o presidente do grupo, Isaac Stewart, não teve dificuldades em convencê-los a fazer um belíssimo álbum, que teve um maestro mexicano, Ramon Noble, para fazer os arranjos sobre músicas tradicionais ("La Bamba", "Las Mañanitas", "Rondas Infantiles", "El Piriquito", "Himno Nacional Mexicano") ou de compositores notáveis do México como Guizar ("Guadalajara"), Simons ("El Manisero"), Fernandes Esperon ("Quieto Dios"), Rolon ("Habanera") e Ponce ("Estrellita"). Outra experiência interessante do Mórmon Tabernacle Choir foi a gravação que fez com a Columbia Symphony, sob regência de Gerold Ottley, em homenagem a Walt Disney: a interpretação dos temas musicais dos filmes que consagraram o grande produtor de desenhos animados - com temas como "When You Wish Upon a Star" e "Hi-diddle-dee dee" de "Pinocchio"; "Adrean is a Wish Your Heart Makes" de Cinderella; "You Can Fly?" de Peter Pan, "Zip-A-Dee Doo-Dah", de Canção do Sul; "Love is a Song", de Bambi; "Some Dau My Prince Will Come" de Branca de Neve e os Sete Anões", entre outros temas - incluindo duas canções do musical "Mary Poppins". Coral basicamente religioso - mas que vem diversificando seu repertório - o The Mórmon Tabernacle Choir, sob regência de Richard Condie e acompanhado pela Columbia Symphony, regida por Arthur Harris, em "Climb Every Mountain" reúne um repertório de canções populares mas de grande espiritualidade. Assim "Born Free" (Black/Barry, do filme "A História de Elza") é um hino a harmonia do homem com a natureza; "You'll Never Walk Alone" (Hammerstein/Rodgers), uma inspirada canção que aconselha-nos a viver com esperança em nossos corações e a olhar além de nossas provações e aflições. "Lost in the Stars" (M. Anderson/Kurt Weill) tem um tom de melancolia, enquanto "Over the Rainbow" (Harburg-alen) - que Judy Garland (1924-1969) tornou um clássico a partir de "O Mágico de Oz" (1939) tem uma mensagem pura e inocente. "Somewhere" (Sondhein/Bernstein), do musical "West Side Story"; "Sunrise, sunset" (Harnick/Bock); "The Impossible Dream" (Darion/Leigh) - do musical "O Homem de la Mancha"; "Oh, What a Beautiful Mornin" (Rodgers/Hammerstein), de "Oklahoma" e "The Sound of Music", dos mesmos autores, são outros momentos de imensa beleza - e que muito ganham nestas reinterpretações suaves, angelicais e profundamente enternecedoras das vozes harmoniosas do coral dos mórmons.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
25
26/11/1989

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