Nelson sempre fiel e as canções para nossos pais
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de setembro de 1990
Aos 71 anos, completados no dia 21 de junho, Nelson Gonçalves (Antônio Gonçalves Sobral), gaúcho de Santana do Livramento, mantém uma vitalidade invejável: dezenas de shows por mês e pelo menos dois novos LPs a cada ano. Contratado há 49 anos da RCA (hoje "Barclay"), o "metralha" conserva o mesmo estilo que o consagrou nos anos 50: capaz de gravar um disco numa única sessão, quando normalmente a produção se estende por semanas - às vezes até meses.
Orgulhando-se de ser um dos três cantores com maior número de discos em catálogo (garante que está em primeiro lugar, acima inclusive de Sinatra), riquíssimo, cada disco que faz custa o mínimo e rende o máximo - acrescentando-se aos outros que continuam em catálogo.
Durante anos, Nelson não se preocupou com repertório: gravava tudo que seu fiel amigo e produtor Adelino Moreira lhe colocava nas mãos. Nos últimos anos, entretanto, passou a melhorar o repertório e dividia seus discos com bonitas vozes femininas, ampliando seu público fidelíssimo. Independente de críticas e mesmo de divulgação, pois seu mercado é imenso. "Nelson Gonçalves/50 anos de boemia" (BMG), gravado ao vivo, durante os três dias de temporada no Olympia em São Paulo, não precisa novidades: são 28 canções mais do que conhecidas - como "Meu Vício é Você", "Fica Comigo Esta Noite", "Negue", "A Volta do Boêmio", que, entretanto, fazem o público vibrar. Desta vez, acompanhado por uma orquestra de bons músicos e arranjos de Daniel Salinas.
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Existem os discos de oportunidade: datas, efemérides marcantes, eventos justificam a montagem de um elepê, com fonogramas de diferentes produções para dar uma temática geralmente efetiva. Foi com esta idéia que o sempre competente Francisco Rodrigues, da EMI-Odeon, produziu para o Dia dos Pais o interessante "Meu Velho". Pela qualidade da seleção, mais do que um disco para aquela ocasião, vale como um sensível presença. Entre as faixas, estão desde o falecido Altemar Dutra ("A Pretendida", "Meu Velho") até Sílvio César ("O Moço Velho") e Maurício Duboc ("Pai"), passando por Lúcio Alves ("Por Causa de Você"), Paulinho da Viola ("Nervos de Aço"), Agostinho dos Santos ("Gente Humilde") e Dalva de Oliveira ("Ave Maria no Morro").
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