Informação como convém nestes pequenos livros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de setembro de 1985
É cada vez maior o interesse por temas, fatos e personagens - contemporâneos ou do passado - dentro de uma linguagem objetiva e rápida, já que o tempo é curto. A Brasiliense, com coleções macetosas e econômicas (Primeiros Passos, Tudo é História, Encanto Radical, Qual É?) mensalmente lança atraentes títulos, de rápida leitura.
A Tchê, de Porto Alegre, vem biografando personalidades do Rio Grande do Sul na coleção " Esses Gaúchos", já com mais de 20 títulos editados. Voltado para um público mais específicos - de nível universitário, a Ática criou a coleção Princípios, aos quais se acrescentam agora três novos títulos.
Dois deles dedicam-se especialmente à área da Teoria de Comunicação com abordagens de signos e símbolos.
Em "O Signo", de Isaac Epstein (80 páginas, Cr$ 9.500) temos uma análise comparativa dos termos e conceitos mais freqüentes da semiótica, objetivando esclarecer as diferentes nomenclaturas usadas por estudiosos como Abraham Moles, Roman Jakobson, Umberto Eco e Ronald Barthes, dentre outros. Ao focalizar as principais tendências da Teoria da Comunicação, Epstein, mestre em filosofia, engenheiro civil, professor de teoria de comunicação e teoria de informação, oferece uma obra que é na verdade indispensável para entendimento das estruturas e das funções da linguagem, em suas diversas variantes.
E, dentro desse vasto campo comunicativo, o professor e ensaísta Adilson Citelli assumiu, em "Linguagem e persuasão", o seguinte questionamento: a linguagem persuasiva constitui apenas um despretensioso exercício de convencimento ou uma poderosa forma de controle social?
Para aprofundar o assunto, Citelli vai revelando, de maneira crítica e indagativa, os modos e procedimentos constantes do discurso da persuasão, sempre partindo de exemplos extraídos da publicidade, do jornalismo, da religião e dos livros didáticos.
O terceiro título da série "Princípios" também aborda um aspecto ultracontemporâneo: Informática e Sociedade". Praticamente em todos os setores da sociedade, o computador se faz já presente de maneira imperativa, indicando a vigência do que muitos já denominam como "Era da Informática". A questão da informática - inclusive no controle social por minorias que centralize o poder das redes - é discutido por Antonio Nicolau Yossef e Vicente Paz Fernandes em "Informática e Sociedade" (80 páginas, Cr$ 9.500). O volume inicia traçando a evolução das máquinas ao longo dos tempos, destacando o uso do vapor nas atividades produtivas a partir do século XVlll, constituindo a primeira etapa do processo que desembocaria na Revolução Industrial. Depois de esclarecer os acontecimentos tecnológicos que possibilitaram a construção do computador, bem como de suas várias gerações, o estudo analisa o fenômeno da popularização da informática, indicando caminhos para o controle comunitário e democrático das redes, como forma de impedir seu monopólio pelo Estado ou por grupos de poder econômico, fato que invalidaria o possível aprimoramento social anunciado com o surgimento do computador.
MITO EM QUESTÃO - O Que é o Mito? Para tentar uma resposta a esta proposta o carioca Everardo G. da Rocha escreveu um volume de 96 páginas para a série "Primeiros Passos", da Brasiliense.
Formado em Antropologia em Londres, hoje professor da PUC/RJ, Everardo já escreveu "O que é Etnocentrismo" na mesma coleção Primeiros Passos e sua tese de mestrado "Magia e Capitalismo: um estudo antropológico da publicidade") também foi editado pela Brasiliense.
O mito é uma questão ampla e desafiante - de Édipo ao de Michael Jackson, passando pelo mito da mulher amada e ou de eterna juventude. Em linguagem jovem e objetiva, Everardo Rocha examina a questão neste estudo oportuno e esclarecedor.
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