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Aramis

Preto-no-Branco para os jovens

Enquanto Santiago de Oliveira implanta a Scientia et Labor, em São Paulo, uma das mais tradicionais casas publicadoras - a Brasiliense - continua a dar prova de vigor. Preocupada sempre em chegar ao público jovem - e prova disto foram as bem sucedidas coleções de livros-de-bolso, tipo "Encanto Radical", "Tudo é História", "Primeiros Passos", a editora de Caio Graco Prado coloca nas livrarias uma nova séria: Preto no Branco. O alvo é novamente o jovem e a finalidade é oferecer leitura paradidática. Depois de quase um ano de pesquisa, em que se ouviram educadores, professores, orientadores pedagógicos e alunos, chegaram-se a algumas conclusões para o livro paradidático ideal: teria de ser curto, com temas atuais, muita ação e poucos personagens para que os alunos lessem com prazer; barato, para ser adotado pelos professores com a freqüência necessária para criar o hábito da leitura; um livro onde a presença dos quadrinhos, tão familiar desde a infância, tivesse a função de motivar e introduzir o aluno à um texto denso. Maria Teresa Arruda Campos, 29, editora da coleção, explica que Preto no Branco quer encarar o adolescente como alguém com condição e vontade de discutir a realidade. Preocupada em oferecer livros acessíveis, a Brasiliense conseguiu oferecer cada volume a Cz$ 29,00 o exemplar - ou seja, menos que uma revista e o preço de um jornal do Rio-São Paulo que chega a Curitiba. Claiton Celson Guerrato, 43 anos, vice-presidente da Brasiliense, explica como foi obtida tamanha economia. "Foi necessário criar um livro novo em forma e estilo, despojado de tudo quanto é supérfluo nessa linha: capa e texto são do mesmo papel e se integram num todo. Eliminamos papel especial de capa a cores, plastificação e tudo mais que fosse dispensável. Livros curtos, com 32 páginas e acabamento grampeado. Por fora jeito de revista: por dentro todas as características de um livro". xxx Os três primeiros títulos não poderiam ser mais atuais e atraentes. O jornalista Ricardo Kotscho, 39 anos, é autor de "Deixa Comigo! Uma aventura em Serra Pelada". Outro jornalista, que tem se voltado a questões ecológicas no Caderno 2 do "O Estado de São Paulo", Dagomir Marquezi, é autor de "O Último Tiro - Vamos Salvar as Baleias". Já Marcia Kupstas escreveu "Seqüestrado! Um vídeo-clip em forma de livro". Há outros títulos em fase de produção, com autores que se ajustam, na linguagem objetiva da coleção. Entre eles, dois jornalistas e escritores dos mais conhecidos - Ruy Castro e Gilberto Mansur. Uma das entusiastas da coleção é Lígia Cadermatori, educadora e autora de "O que é literatura infantil" (coleção Primeiros Passos, 163, também da Brasiliense). No calor da discussão, a Brasiliense está organizando um ciclo de debates sobre o livro paradidático, com a participação de educadores renomados, professores, escritores e alunos, que apresentarão suas críticas e sugestões. Claiton Guerrato faz um apelo aos educadores paranaenses: enviem sugestões, inclusive sobre temas. Podem ligar para ele, Maria Teresa ou o próprio presidente da editora, Caio Graco Prado - fone (011) 280-1222. A editora paga o telefonema!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
27/10/1987

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