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Telefone e diagramação ganham livros oportunos

Enquanto o teleamizade (145) continua a provocar polêmicas (mas a Telepar pouco liga, pois o mesmo está ajudando o seu esplêndido faturamento) - um fértil escritor paulista, Luiz Nazário, acaba de publicar um original estudo: "Telefone" (Nova Stella Editorial, 53 páginas, Cz$ 60,00). Neste estudo, Nazário - que ultimamente vem publicando livros que vão do cinema ao comportamento sexual ("Sexo, A Alienação do Desejo", Brasiliense, 117 páginas, Cz$ 110,00), lembra que é através do telefone que praticamente todas as decisões vitais do homem moderno são tomadas. Fazendo um rápido review do livro, Marco Antonio Carvalho ("O Estado de São Paulo", 10/3/87) lembrou que assim como a televisão, o telefone é hoje um dos aparelhos domésticos que mais interferem na vida quotidiana. Só que ao contrário da televisão - que pode ser desligada quando não apresenta algo que nos interessa diretamente - o telefone interfere a qualquer momento. O próprio Nazário admite: - "Quem adquire um telefone adquire, junto com o aparelho o trote, a linha cruzada, a censura, o tarado, o importuno. Ou faz do aparelho o instrumento privilegiado do seu terrorismo, sua promiscuidade, seu fascismo, sua maldade ou sua chatice. Uma utilidade nunca vem livre de inconvenientes." Assim, o interesse deste livro original é levantar a questão da privacidade versus telefone, uma relação pouco lembrada pela Telepar, Telesp e outras empresas que buscam criar os serviços adicionais (alguns, absolutamente inúteis) para fazer o assinante gastar cada vez mais. Nazário inclui em seu livro vários depoimentos sobre a relação íntima das pessoas com o aparelho - lembrando que muita gente faz questão de ter extensões no banheiro, cozinha e outros espaços. xxx Telefone lembra comunicação e a propósito, merece registro o macetoso estudo que Isabel Santiago, 28 anos, acaba de publicar sobre o Esperanto (coleção Primeiros Passos, volume 185, Brasiliense, 100 páginas). A autora é uma apaixonado pela língua elaborada pelo médico polonês Lejzer Ludwik Zamenhof (1859-1917), que sonhou com o idioma universal. Médica há 4 anos, especializada em pediatria, Isabel Santiago estudou esperanto entre 1980/81, esteve em congressos municipais (Brasília, 81 e Antuérpia, 82), foi a seminários em vários países e já escreveu dois livros sobre este tema. A propósito em Curitiba, a Associação dos Esperantistas funciona na Rua Faustofolo, 124. Alguém tem idéia de onde fica este endereço? xxx Em sua série "Novas Buscas em Comunicação", a Summus lançou um livro que faltava na área técnica: "Projeto gráfico - teoria e prática da diagramação", de Antonio Celso Collaro (112 páginas, Cz$ 140,00). A Summus tem se preocupado em editar textos, sobretudo nacionais, que se relacionam diretamente com os problemas práticos que no dia-a-dia são enfrentados pelos jornalistas, radialistas, editores, relações públicas, etc. É o caso deste trabalho de Collaro, há muitos anos professor de artes gráficas no SENAI. "Projeto Gráfico" consagra uma íntima vinculação do texto às ilustrações. Esquemas, sugestões, práticas, reproduções de idéias e diagramação bem sucedidas que enriquecem o livro e, mais do que isso, transformam-no num eficaz instrumento de formação e aprimoramento na prática da diagramação. Partindo dos "Princípios de Diagramação", passando pela "Tipologia", "Tipometria", "Cálculos de Textos", Collaro aborda a "Diagramação de Livros", os "House Organs", os tablóides e jornais standards e, por fim, com os sistemas de impressão.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
17
23/06/1987

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