Os Garfunkel, muito talento na estrada
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de junho de 1987
Os irmãos Jean e Paulo Garfunkel - que estréiam hoje, 21 horas, o espetáculo "Ninguém é um" (Sesc da Esquina, Rua Visconde do Rio Branco, 969) incluem-se entre os mais talentosos "ratões de festivais". Ao lado de Cesar Brunetti e Celso Viáfora - com que, aliás, dividiram o belo elepê "Trocando Figuras" (Copacabana, 1986, projeto Bom Tempo), praticamente já venceram todos os festivais que se realizam no interior de São Paulo - com incursões também em outros estados.
Ligados familiarmente a Curitiba - são netos dos inesquecíveis Paul e Helena Garfunkel e sobrinhos de Karlos-Francette Rischbietter - os irmãos Jean e Paulo são exemplos de compositores na busca de seu espaço. Talento nunca faltou à dupla: múltiplos instrumentistas, compositores versáteis, estão na estrada há mais de dez anos buscando todos os espaços possíveis. Além de inúmeros festivais, já fizeram temporadas em espaços alternativos, tem algumas músicas gravadas e conseguiram mesmo destaques.
Paulo, que toca sax, flauta e clarineta, integrou os conjuntos que acompanharam shows de Elis Regina em "Saudades do Brasil" (e Elis gravou seu bem humorado "Calcanhar de Aquiles", compacto simples pela Odeon, 1980), Rita Lee ("Lança Perfume" e "Saúde", 1983) e Ney Matogrosso (acompanhando-o inclusive ao festival de jazz de Montreaux). Em parceria com o irmão Jean, Paulo produziu e musicou a série Hana Barbera 77, de discos infantis e, em 1981, participaram do MPB-Shell com a música.
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Os irmãos Garfunkel trazem a Curitiba, para as duas apresentações que fazem no Sesc da Esquina, o músico Prata, flautista, bandolinista, saxofonista, clarinetista e violonista. Junto com Jean, compôs "Passarinheireiro", música gravada pelo grupo Taracon.
"Ninguém é um" é em espetáculo de vigor pelo talento dos irmãos Garfunkel. Idealistas, corajosos e talentosos - a espera de um reconhecimento maior. E que há uma década buscam com a força da juventude.
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