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Aramis

José Ribeiro

Uma prova de que o bolerão é um gênero altamente comercial está na atenção com que a Phonogram dedica ao gênero. Embora não exista na multinacional fábrica holandesa nem uma etiqueta destinada exclusivamente ao chamado gênero sertanejo, na etiqueta Polydor está uma plêiade de intérpretes de músicas que fazem a felicidade do público suburbano. Pois, é interessante observar que o bolerão - e por favor, não confundam, repetimos, com o bolero de bom nível - atinge a uma parcela de público que, aparentemente, não aceita a música sertaneja mas, limitada culturalmente, também não chega a entender / consumir um produto de melhor qualidade. E o bolerão, com sua marcação quadrada, letras geralmente melodramáticas (parece que quanto mais traição houver na letra, mais o público gosta) atinge uma recepção impressionante. Ao lado de Odair José - campeão absoluto em vendas, Balthazar, Cesar Sampaio e outros menos votados, a Phonogram dispõe também de José Ribeiro, que está na praça com um novo disco ("Lágrimas de Amor", Polydor, 2451080, agosto/76), produzido no mesmo esquema. Sobre alguns de seus concorrentes (na mesma faixa), Ribeiro mostra uma virtude: não grita, não dramatiza as palavras, cantando (sic), tranquilo, amparado nos arranjos convencionais, em algumas faixas com o apoio de discretas vozes. A maioria dos autores selecionados para as 14 faixas são nomes novos, o que prova de que o gênero crescendo como está, estimula não só os intérpretes, mas também os autores: "Lágrimas de Amor", (Valéria-Gentil Gilberto), " Quem Será Meu Novo Amor" (Gil-David Lima), " Seu Amor Sou Eu" (Joel Teixeira- Teixeira Filho), " Doce Amada" (Gilson Carlos-Valério), " A Companheira" (Cesar Roberto - Pedro Paulo), " Fui Pra Não Voltar" (Moacyr Alves - Valéria), " Não Vou Lhe Perdoar" (Antônio Damasceno - João Jelry), " Aquela Rosa" (Pedrinho - José Cipriano), " Você Pode Ir" (Pedrinho - Cipriano), " Casamento Se Acaba Até Na Porta Da Igreja" (Gil - Maxine), " Minha Amante" (Gil - Mourão Filhão), " Palavra Amiga" (J. P. Cruz - Othon Russo), " Perdido" (Roberto Correa - Sylvio Son) " Escola da Vida" (Arthur Arrudão - Jackson Goes).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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24/09/1976

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