Lélio, o crítico.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de maio de 1978
No início dos anos 60, de toda uma geração de jovens interessados que freqüentavam as sessões do Cine Clube de Curitiba, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, e, posteriormente, o Pró-Arte, que o idealista José Augusto Iwersen fundou no Colégio Santa Maria, a mais polêmica revelação de crítico foi Lélio Sottomaior Júnior. Irrequieto, de idéias avançadas, influenciado pela leitura do "Cahiers du Cinema", suas defesas apaixonadas de cineastas até então vistos com restrições pela dita "inteligentzia" local - como Alfred Hitchcook, Samuel Fuller e, principalmente Jerry Lewis - provocaram violentas discussões. Em O ESTADO, e também no suplemento "Vanguarda", editado durante um curto período no "Diário da Tarde", Lélio publicou artigos que, relidos hoje, quase 15 anos depois, mostram que tinha algo a dizer.
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Pois foi pensando nisto que Lélio, hoje aos 32 anos, selecionou entre sua imensa produção crítica, sete artigos que considera fundamentais, pelo approach que fez de cineastas americanos e franceses. Revistos e reduzidos, em alguns casos, os artigos de Lélio formam a apostila que, joyceanamente intitulou de "Ci(S)ne", a venda a Cr$ 10,00, no Museu Guido Viaro, de cuja sala de exibição, continua a ser um dos mais fiéis freqüentadores. Anteriormente, Lélio já havia publicado uma outra apostila, com verbetes sobre cineastas americanos contemporâneos, e desde que houvesse alguma editora a estimulá-lo, por certo poderia desenvolver um trabalho de maior fôlego.
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Junto com estevão Rainer Von Harbach, outro velho cineclubista, apaixonado pelo cinema (especialmente o cor-de-rosa) americano, Lélio pensa em fazer um jornal um jornal de crítica cinematográfica, experiência, alias, que tentou, há 8 anos, e que ficou, infelizmente, no primeiro e único número.
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A partir de hoje, o Conselho de Cinema, do suplemento "Fim-de-Semana" de O ESTADO, passa a contar também com as opiniões de Lélio.
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