LIVRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de fevereiro de 1973
Um dos mais interessantes lançamentos da Bloch neste inicio de ano é o romance "A Conspiração", onde a Antiga Roma se atualiza na veemência dos acontecimentos dramáticos e cruéis narrados por John Hersey, Prêmio Pulitzer em 1954. No ano de 65 d. c. foi tramada uma conspiração contra a vida do Imperador Nero, a qual, descoberta foi sufocada de maneira violenta. Soneca, que fora professor de Nero, figura proeminente em Roma, filósofo e político sagaz foi, com seu sobrinho Lucano, poeta, forçado a suicidar-se. Ao tempo que faz reviver os fascinantes personagens desta conspiração, o autor vai analisando os profundos construtivos em oposição aos destrutivos, e lança a seguinte questão: qual é a responsabilidade do escritor para com a sociedade? Num mundo dominado pela violência, que esperança ainda pode salvar a humanidade, senão o exemplo daqueles que buscam, em todos os setores, viver segundo as regras da sabedoria e que escrevem sobre o pouco que sabem? Num clima de grande suspense, o autor vai penetrando na mente de Nero e se aproxima de toda sua trágica textura: os assassinatos de sua mãe Agripina e de sua mulher, Otávia, seguidos de todos os excessos, até a tentativa de incendiar Roma como pretexto de reconstruí-la para sua maior glória. A conspiração se faz contra todo aquele abuso de poder que vem retirar do homem a sua liberdade e a sua humanidade. Tradução de Cesar Pozzi, 225 páginas.
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