Maria, a feminista. Feminista?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de maio de 1977
Maria Della Costa, uma das 5 atrizes mais conhecidas do Brasil, é nome suficiente para garantir casas lotadas durante a temporada de "A Mala", do argentino José Maurício (Guairinha de 18 a 29). Pois, ao lado de seu vigilante marido e empresário (ator ocasionalmente) Sandro Polônio, Maria tem, pelo menos de 2 em 2 anos, excursionado pelo Sul - e, em Curitiba, demorando-se sempre em demoradas temporadas. Agora, ao lado de Leonardo Villar (veterano ator, cuja imagem continua, em termos de publico, a ser identificada a d' "O Pagador de Promessas") e de um novo interprete, Rômulo Marinho Júnior, Maria traz peça de tema atual e que lhe permite expor algumas idéias feministas.
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Por isso, não deixa de ser interessante conhecer uma de suas opiniões, externada há poucas semanas e que ela, promocionalmente, por certo repetirá nas entrevistas coletivas programadas para sua chegada: "Não sei se é meu sangue veneto ou o gaúcho, mas eu estou sempre pronta para lutar, Mesmo que tudo caisse por terra, estaria pronta para começar tudo de novo. A idéia de discutir a mulher, em nosso momento, me emocionou. A luta da mulher e sua liberação é muito importante. Aos 25 anos de vida comum com Sandro, posso dizer que sempre tivemos respeito e liberdade muito grande. E, se um dia ele chegasse e me dissesse que estava apaixonado por alguém, com 20 anos de idade, eu acho que seria minha obrigação ajudá-lo a realizar-se neste novo sentimento de que eu também participaria, renovando-se pela compreensão".
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Desde segunda-feira que o ator José Maria Santos está tentando falar com o crítico Yan Michalski, do "Jornal do Brasil", por telefone. É que Zé não gostou de notícia que crítico carioca inclui em sua coluna do dia 9/5/77, afirmando que "o Brasil continua sendo o país do modismo: bastou "Exercício" ser redescoberto por Kláus Viana Pera e Gracindo júnior para que uma pequena epidemia de "Exercício" começasse a se espalhar pelo território nacional.
Em Curitiba está em cartaz uma versão dirigida por Eddy Francisosi, com Lala Schneider e José Maria Santos; em Porto Alegre, outra montagem dirigida por Ana Maria Taborda e interpretada por Aparecida Dutra e Luís Francisco Fabretti".
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José Maria, conhecido e respeitado por suas posições independentes, de homem que não leva desaforo para casa, esbraveja:
-O Klaus, Marília e Graciano não "descobriram" coisa nenhuma: desde outubro do ano passado que já tenha direitos da peça de Lewis John Carlino e, inclusive, estreie, em março, antes deles e também antes do grupo gaúcho. Se alguém copiou, foram eles, não eu!
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Antônio Carlos Kraide já está ensaiando "Jorginho, O Machão", cuja estréia, dia 3 de junho, trará a cidade a autora Leila Assunção. Que aproveita para lançar um livro reunindo seus textos e, possivelmente, convidar Kraide para dirigir a sua última peça. Na montagem de "Jorginho", Kraide aproveitará atores experientes como Reinaldo Camargo e Silvia Chamecki, ao lado de Arthur Peixoto Moron e Ires Daguia.
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