"Lá", o monólogo da vida de José Maria
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de janeiro de 1984
José Maria Santos é, definitivamente, uma prova de que sempre existe público para um ator que saiba trabalhar. A nova temporada que faz de "Lá" (Teatro da Classe, 21 horas), mostra que 11 anos após ter feito a primeira apresentação desta comédia, ainda encontra um público fiel e que se diverte com o texto de gaúcho Sergio Jockymann.
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Com "Lá" - as agruras de um barnabé preso num banheiro de repartição num longo fim de semana - Jockyman/ Zé Maria fazem reflexões sobre as pequenas coisas do quotidiano. Aquilo que seria apenas uma comédia instantânea adquire um significado profundo, graças, especialmente, a visão que Zé Maria procura dar a situação vivida pelo personagem e os diálogos.
Com "Lá", Zé já percorreu praticamente todas as cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Lotou desde grandes auditórios até improvisadas salas. Teve aplausos e também reações negativas em certas ocasiões. Mas basicamente sempre levou esta peça com as virtudes que o caracterizam: a honestidade de que ao piar no palco está mostrando um espetáculo profissional, feito com esmero.
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Se Procópio Ferreira teve sua vida artística identificada com "Deus Lhe Pague" de Joracy Camargo e Rodolfo Mayer com "As Mãos de Eurídice", de Pedro Bloch, o lapeano José Maria Santos tem em "Lá", o monólogo de sua vida.
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