Mercado Imobiliário (I)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de novembro de 1975
Se, há 4 anos, os empresários do setor imobiliário chegavam ao fim do exercício com os cabelos em pé, preocupados com a crise do mercado, 1975 parece ter sido um ano dos mais prósperos. Embora ainda não existam dados oficiais, uma estimativa de vendas, computando-se as principais construtoras e incorporadoras da cidade, dá uma cifra acima de Cr$ 1.000.000.000,00 (ou seja, um trilhão de cruzeiros antigos), considerando-se apenas as vendas diretas, de apartamentos e escritórios, feitas pelas empresas mais consolidadas.
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A procura de imóveis tem justificado múltiplos empreendimentos, não só de prédios com apartamentos de padrão médio, mas também edifícios sofisticados, de um apartamento por andar - com preços que nunca ficam por menos de Cr$ 1.000.000,00. Só uma das maiores incorporadoras, a Farid Surugi S/A, em setembro último, já havia vendido todos os apartamentos de um por andar que dispunha, o que levou seu superintendente, Lincoln Tiago Tarquínio, a modificar os projetos de alguns prédios programados para 19976 - previstos inicialmente para apartamentos modestos. Isso é: não só se compra muito, como os novos proprietários querem apartamentos amplos - de 300 metros quadrados para cima e sofisticados.
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Embora já com uma campanha promocional deslanchada, o Centro Comercial Itália, com 35 pavimentos, área construída de 61.000 metros quadrados, só será colocado a venda em meados de 1976. A razão é simples: enquanto a obra não sair das fundações, os incorporadores-construtores - Farid Surugi /Evaristo Comolatti (São Paulo), não tem condições de calcular, com exatidão, o custo de metro quadrado pelo qual serão colocadas a venda as 60 lojas, 200 escritórios, 600 garagens, áreas para cinema, restaurante, etc.; que farão do empreendimento, um ativo centro comercial entre as ruas Marechal Deodoro e João Negrão.
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