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Aramis

A morte de Morilha, pioneiro da exibição

Assim como desapareceram os antigos cinemas de Curitiba, aos poucos vão morrendo os pioneiros da exibição. Há algum tempo faleceu João Wasileski, que mantendo o Cine Central, de Irati, por mais de 60 anos, foi o exibidor que, por mais tempo, esteve à frente de um único cinema no Brasil. Poucos meses depois de sua morte, seus filhos venderam o imóvel e Irati ficou sem o velho cinema. Ganhou supermercado... xxx Há duas semanas, quem morreu em Curitiba foi Antonio Morilha Jimenes (15/9/1912-11/4/1988), que por quatro décadas manteve o "Curitiba", na Rua Voluntários da Pátria (fechado em 1965), um dos mais movimentados cinemas de nossa cidade. Antoninho Morilha foi o fundador e primeiro presidente do Sindicato das Empresas Cinematográficas dos Estados do Paraná e Santa Catarina. Ao lado de Ismail Macedo (que o sucedeu no sindicato), Luiz Prata Mestre, Jorge Daux, Octávio Woellner e Caetano Deck de Figueiredo, fundou várias empresas de exibição. A Iguaçu, surgia nos anos 50, estendeu os cinemas aos bairros com os cines Flórida (Rua Marechal Deodoro), Guarani (Portão) e Seminário (Marajó). Com a Empresa Cine Capelista explorou por anos o cine Ópera, em Antonina. A Orcopa (Organização Comercial Paraná-Santa Catarina) sucedendo a antiga empresa cinematográfica David Carneiro, chegou, em certa época, a dominar a cinematografia em Curitiba, com os cines Ópera, Arlequim - depois construindo o São João e o Vitória e, mais tarde, por um curto período absorvendo os cines Avenida, Marabá e Rivoli. Mais tarde - em julho de 1965, várias modificações aconteceram e a maioria dos cinemas centrais passaram para o grupo Zonari, da Fama Filmes -, retirando-se então a Orcopa do setor. Morilha foi ainda fundador do Circuito Cinematográfico Paranaense, que possui cinemas em Rio Negro, Mafra, Porto União e Joaçaba. xxx Além de exibidor, Antoninho Morilha era funcionário (aposentado) da Rede Ferroviária Federal. De dois casamentos, deixou 3 filhos, 3 filhas, 17 netos e 6 bisnetos. xxx Um dos genros de Morilha, Antonio Dias (Novinho), 69 anos, mineiro de Juiz de Fora, foi, por mais de 20 anos, gerente do Cine Curitiba, guardando deliciosas histórias daquela época. Novinho foi também gerente do escritório local da RKO Rádio, entre 1952/56, num período em que não só a empresa de Howard Hughes, mas cada uma das produtoras americanas mantinha grandes escritórios em Curitiba. Afinal, na época, o cinema era um dos mais lucrativos negócios. LEGENDA FOTO - Antoninho Morilha ao lado do então governador Ney Braga na inauguração do cine Vitória, há 26 anos passados. Na segunda fila, o então deputado Hermes Macedo e o engenheiro Saul Raiz, na época Secretário de Viação e Obras Públicas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
26/04/1988

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