MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de fevereiro de 1973
Ontem dedicamos nossa coluna a referencia proposital que Peter Bogdanovich faz em "Essa Pequena é uma Parada" (cine Rivoli, 2a semana) a uma das seqüências de "Casablanca" - produzido há 31 anos - em que Humphrey Bogart pede ao pianista Dooley Wilson que executiva o piano a belíssima musica de Elliot Carpentler, "As Time Goes By". Mas Bogdanovich neste seu delicioso "Whats Up, Doc, vai desde os primeiros anos da comédia norte-americana (o cinema pastelão de Make Senett, Harold Lloyd) até o maior exemplo de cinema comercial ("Love Story", na piada da última cena, quando Barbra diz a O'Neal (foto): "Amar é jamais ter que pedir perdão") contemporâneo, passando pelo romantismo dos anos 40 ("Casablanca"), a comédia "screwball" dos anos 40 ("Casablanca"), a comédia "screwball" dos anos 30 ("Levada a Breca/Bringing Up, Baby", 1938, de Howard Hawks), ao cinema pretensamente político da década de 50 (o juiz brincando com bolas de aço durante o julgamento, como fazia o capitão Queeg/ Humphrey Bogart, em "A Nave da Revolta/ The Caine Mutlny", 1954, de Edward Dmytryk) e termina com um desenho de "Pernalonga". A citação destes filmes reverenciados por Bongdanovich nesta sua excelente comédia, possibilita ao espectador perceber o sentido nostálgico que o diretor procurou dar em sua fita. Como disse o crítico Claudio Bonjunga, "Aquela mão virando as páginas do álbum que apresenta "Essa Pequena é uma Parada", eqüivale a uma piscada de olho. Para os nostálgicos ela anuncia saudades do tempo em que Hollywood se resumia à espontaneidade do era uma vez. Para os que acompanham o cinema norte americano atual, ela lembra elegantemente que a tradição histórica de Hollywood se transformou definitivamente em referencia estilística nos filmes de Peter Bogdanovitch".
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