Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de abril de 1973
A presença de Carlos Galhardo (foto0 no último suplemento da Odeon é mais um reflexo da positiva colaboração que o poeta Herminio Belle de Carvalho está dando ao setor de produção da gravadora. Após produzir os excelentes álbuns de Francisco Alves e Dalva de Oliveira. Bello de Carvalho indiretamente é o responsável pela boa reaparição deste vocalista de alto nível, criador de alguns dos grandes êxitos de nossa melhor MPB nas décadas de 40-50 e que mostra extraordinária atualidade, voz segura e o bom gosto na escolha do repertório. Lembra Herminio que Galhardo pertence aquela fase em que, implantada a indústria do disco, a música popular passou a ser consumida em larga escala, ajudada pelas rádios que começavam a se multiplicar. Depois de Cadete o Baiano, que só a velhíssima geração pode recordar, vieram Chico Alves e Vicente Celestino, precedendo o aparecimento de Moreira da Silva, Carmem Miranda, Silvio Caldas, Orlando Silva e do próprio Galhardo (aliás, Catello Carlos Guagliardi). A voz tenoriana, de fraseio italiano, sublinhada por falsetas inimitáveis, logo fizeram de Galhardo um ídolo da música romântica que dominou as rádios e o disco, na chamada época de ouro. Isto pode ser sentido nas 12 faixas deste << ...E o destino desfolhou >> (Odeon, 3764- março-73), onde o repertório inclui musicas como << Meus Tempos de Criança >> (Ataulfo Alves), << Bodas de Prata >> (Roberto Martins-Mário Rossi), << Arrependimento >> (Gastão Lamourier-Olegario Mariano), << Valsa do Meu Suburbio >> (Custódio Mesquita-Evaldo Ruy), << Malandrinha >> (Freire Júnior) e até << A Rosa >> (Lourival Faissal), que Moacir Franco andou gravando recentemente. Um disco para os saudosistas, de bom nível.
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