Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de abril de 1973
Até dois anos atrás, só os mais dedicados estudiosos de música erudita conheciam a obra de Gustavo Mahler (1860-1911), que considerado, a exemplo de Liszt no piano, o maior condutor de orquestra que jamais existiu, pago pesado tributo a esta glória que sobrepôs sempre o interprete ao criador. Malgrado seus titânicos esforços no sentido de impor-se na dupla qualidade de compositor e regente, Mahler foi notoriamente mais apreciado, em vida como fantástico manejador de orquestras, dono de prodigiosa memória (regia todo Wagner de cor), a despeito do seu temperamento explosivo e depósito que antipatizavam-nos sobremodo, do que como autor de obras exponenciais da literatura sinfônica que so agora estão sendo admirados no seu justo valor. Pois para o grande público (brasileiro), o nome de Mahler passou a ser conhecido após o cineasta Luchino Visconti ter escolhido algumas de suas peças para << Morte em Veneza >>, feliz adaptação do romance de Thomas Mann. No ano passado, Maurício Quadrio, diretor de projetos especiais da Phonogram, ofereceu ao público brasileiro as nove sintonias de Mahler, com a Orquestra do Concertgebeu, de Amsterdam, sob a regência de Bernard Hailink, numa edição de oito excelentes álbuns duplos, totalizando 16 lps. Permitindo uma comparação com a interpretação da Cocertgebouw, a Imagem lança agora duas das Sinfonias do Mahler - as números 3 e 5 - na interpretação da Sinfônica de Londres. Na Sinfonia n.º 3, a regência e de Jascha Horenstien, com a participação do Abrosian Singers e do Wandsworth School Boyes Choir. Já a Sinfonia n.º 5, teve como regente Rudolf Schwartz (foto). Alguns duplos, do melhor nível técnico. Lançamento indispensável a quem aprendeu a admirar Mahler.
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