Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de abril de 1973
A venda do cine Lido para o grupo verde Martinez, integrando-se assim à cadeia Condor Filmes, é bastante sintomática: comprova mais uma vez a impossibilidade de sobrevivência dos exibidos independentes nas grandes cidades. A tendência de fortalecimento dos grandes grupos de exibição (e também distribuição e produção) é cada vez maior: não há mais condições de cinema individual, pertencente a uma família arraigada às tradições. Empresário dos mais vigorosos, herdeiro das tradições de seu pai, o pioneiro Henrique Oliva, Homero vinha resistindo há muito anos ao crescimento dos cirsuitos concorrentes: há quatro anos, associou-se a poderosa grupo de exibição paulista e ampliou o antigo cine Palácio e inaugurou o scala casas que posteriormente foram adquiridas pelo grupo Zonari, proprietário da maioria dos cinemas de Curitiba, (Opera, Avenida, Rivoli, São João, Vitória, Arlequim, Marabá, Excelsior e scala). Posteriormente, Paulo Sá Pinto, da Empresa Sul de São Paulo (que até 1965 era proprietário de cinco dos principais cinemas da cidade), propôs uma associação a Oliva, que; entretanto preferiu continuar independente, apenas aceitando a programação do grupo Fama Filmes, num gentleman`s agroment. Agora, entretanto, decidiu deixar o campo, passando seu cinema para a cadeia da Condor Filmes, que há dois anos inaugurou um dos mais modernos cinemas da cidade e que graças a uma política inteligente de lançamentos, tem obtido as maiores rendas da cidade quase que integralmente pois só existe os filmes de sua propriedade. Isoladamente, fica apenas o Plaza, de Paulo Sá Pinto, que por sua retaguarda em outras capitais, não teme a concorrência do grupo Zonari.
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