Neil Young
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de novembro de 1986
Após um período de afastamento das gravações, Neil Young, 41 anos, voltou duplamente as lojas: com um elepê ao estilo country ("Old Ways", 1985, editado há pouco pela CBS) e agora "Landing On Water" (WEA), em cujas 10 faixas mostra sua versatilidade criativa. Aliás, Young sempre foi considerado o melhor dos cantores/compositores da música acústica da leva que surgiu nos anos 70. Canadense de Toronto, era cantor de música folk quando conheceu Stephen Stills, com quem formou, há 20 anos passados, o Buffalo Springfield, que durou apenas dois anos. Logo ele faria o seu primeiro Lp solo, que não o agradou. Em compensação, o disco seguinte ("Everybody Knows this is Nowwhere"), com a participação do Crazy Horse foi um sucesso. Logo surgiria o convite de Crosby, Stills e Nash para entrar no seu grupo e, novamente, a qualidade de suas composições destacou-se dos demais, especialmente as faixas "Helphess" e "Country Girl", consideradas as melhores do Lp "Déja Vu". Em 1970, voltou para a carreira solo, com o Crazy Horse e Nils Loegfren, época de seu maior sucesso comercial, quando saíram os memoráveis "After the Goldrush" e "Heavast".
A morte devido a drogas de Danny Whitten e de outro amigo, Bruce Berry, o deprimiram muito, mas em 74 voltaria com "On The Beach".
Agora, neste "Landing on Water", Young aproveita os avanços tecnológicos dos últimos anos e os aquece, criando uma música que ecoa espontânea. Levado à essência o trabalho foi criado a partir da união da guitarra, do vocal e dos sintetizadores de Young, com a quitarra, sintetizador e voz do co-produtor do disco, Danny Kortchmar, acrescido da densidade da bateria de Steven Jordan (que também toca sintetizadores e canta). O resultado é um disco que é dançável e um convite a introspecção, com temas passionais ("I've Got a Problem"), existenciais ("People On the Street") e históricos ("Hippie Dreams").
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Na linha country, um disco absolutamente histórico que merece comentário mais detalhado: Class of 55 (Polygram), reunindo quatro históricos e lendários cantores que começaram sua carreira em Memphis, há 30 anos passados: Carl Perkins, 54 anos; Jerry Lee Lewis, 51 anos; Ray Orbison, 50 anos e Johnny Cash, 54 anos. Em "Homecoming", produzido em Memphis, no mesmo Sun Recordins onde Elvis Presley (1945-1977) fez suas primeiras gravações, estes quatro pioneiros recitam antigos sucessos num álbum excelente e indispensável.
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Novos grupos de rock sendo testados na praça. Em "Banda Contrabanda", a Polygram apresenta os conjuntos 747, Cilada Mixta, Logotipo, Filhos da Pauta, Mirage, Oficina de Luz, Uns e Outros, Espiral, Bugi-Gang, Areia Quente, Trânsito Livre e Ticket. Vamos ver o que é capaz de sobrar deste pau-de-sebo elétrico!
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Considerado como um compositor instigante e original, Alex Gibson, vocalista, guitarrista e autor, que em 1979 formou o grupo BPeople, em Los Angeles, apresentando um som triste e dissonante, chega agora ao Brasil com o Lp "Passional" (Young/RGE), onde mostra sua música dita inovadora. Gibson já fez música para cinema ("Suburbia", de Penélope Spheeris, inédito no Brasil) e neste "Passional", apresenta-se acompanhado de Robyn Jameson (baixo), Del Hopkins (bateria), Gabriel Quinto (sax) e Weslie Brown (vocal).
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Formado pelo guitarrista Ritchie Blackmore (quando deixou o Deep Purple), o Rainbow tem tido naturais mudanças em 10 anos de estrada.
Uma amostragem do som feito por este conjunto - entre os anos de 1979/82, em gravações diversas está reunida no álbum duplo "Finyl Vinyl" (Polygram/Polydor), que vale como informação aos interessados em conhecer o som deste conjunto heavy metal.
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