No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de dezembro de 1986
Mais um destaque nacional para Denise Stocklos, paranaense de Irati, nome maior da mímica não só do Brasil mas da América do Sul. No suplemento-resenha sobre os melhores eventos culturais de 1986, o crítico Macksen Luiz, do Jornal do Brasil, destaca seu espetáculo "Habeas Corpus", recital-performance de Denise, direção de Antonio Abujamra. Diz Macksen Luiz: "Abujamra abandona qualquer tentativa de estabelecer limites de gênero ou estilo para recolher impressões da cultura contemporânea na linguagem do vídeo, na expressão corporal e na urgência da temática urbana".
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O crítico do "JB", destacou também em sua listagem a Editora Perspectiva, pois "num ano em que pouco se editou na área teatral, a Perspectiva lançou três importantes livros: "TBC: crônica de um sonho", de Alberto Gusik; "Os Processos Criativos de Robert Wilson", de Luiz Roberto Galizia e "Teatro: Leste & Oeste", de Leonard C. Pronko.
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Passou desapercebido, até agora, um fato extremamente significativo na área publicitária: Eloy Zanetti, um dos mais competentes publicitários do Paraná, após dirigir por mais de 6 anos a Umuarama, deixou há alguns dias a house-agency do grupo Bamerindus. Esvaziada já com a saída de outros bons profissionais - como Ney Alves de Souza, agora diretor de marketing do grupo Boticário - a Umuarama seria desativada e a gordíssima conta do grupo Bamerindus poderia ter atendimento de outras agências. Ao menos, esta é uma especulação que se faz nos meios da propaganda.
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Sobre o futuro profissional de Zanetti, também muitas especulações: embora em condições de levar seu know-how a qualquer grande agência do País (com salário milionário), consta que estaria disposto a criar uma firma de assessoria em projetos culturais, dividida com o designer Oswaldo Miranda Junior, da "Gráfica".
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Com toda razão o jornalista Paulo Francisco da TV Iguaçu, está fazendo uma denúncia necessária: o descongelamento atmosférico que o velho Pepe decidiu fazer no cardápio do tradicional Palácio: elevando o preço do filé a Cz$ 178,20 e cobrando de Cz$ 30,00 a Cz$ 50,00 por um prato de salada, os preços ultrapassam os de restaurante de primeira categoria e fazem qualquer refeição ali servida chegar a mais de Cz$ 200,00.
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O mais grave: ao mesmo tempo que quadruplicou os preços, o Palácio também reduziu o tamanho dos filés e churrascos servidos.
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O restaurante é simpático e tem uma tradição na cidade mas convenhamos que preços como estes não se justificam num estabelecimento popular.
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Só para comparar: o prato mais caro no Vikings, um restaurante 5 estrelas, em São Paulo, é na faixa dos Cz$ 180,00. E ele fica no Maksoud Plaza e serve os melhores frutos do mar importados da Escandinávia. Em mesas cobertas de toalhas de linho, música ambiente, maitrês e garçons a rigor. Enfim, igualzinho ao ambiente que se encontra nas madrugadas do Palácio...
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A justificativa para o velho Pepe implodir os preços é de que como a casa vai mudar, não teme denúncias junto a SUNAB. E paga quem quer...
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Demagogia populista ou sinceridade? Com presença de representantes de sindicatos e gente conhecida da esquerda - como a deputada Bete Mendes, o ator Gianfrancesco Guarnieri e o escritor Antônio Callado, o presidente do INACEM, Carlos Miranda - presidente do Instituto Nacional de Artes Cênicas, lançou o edital do concurso nacional de dramaturgia sobre a questão agrária.
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