O habeas corpus de Denise
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de julho de 1986
Incrível Denise! A mímica iratiense tem tantos projetos artísticos que se torna até difícil acompanhar suas atividades. enquanto prepara a sonhada montagem de "Maria Stuart", numa visão bem avançada - e na qual estará também Beth Goulart - para não ficar parada, estreou sábado, 6, no Teatro Glaucio Gil, Rio, mais uma solo performance: "Habeas Corpus". Com um roteiro em 17 tempos, idealizado e executado pela própria Denise e por Antonio Abujamra (diretor do espetáculo), "Habeas Corpus" mostra Denise dialogando consigo mesma, conversando, corporalmente, com um monitor de TV, falando de sua maneira de trabalhar e de recriar, de sua relação com o seu pé e com o povão do Viaduto do Chá, em São Paulo.
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Flávio Marinho, crítico de teatro de "O Globo", diz que "Habeas Corpus" é um espetáculo autobiográfico. Nele, Denise e Abujamra (que também a dirigiu em "Um Orgasmo Adulto Escapa do Zoo", de Dario Fo) ("casamento artístico muito forte") falam do indivíduo e do coletivo em 17 tempos/idéias que vão se transformando em estranhas criaturas, "seres que se movem entre a divindade e o demoníaco, extrapolando os limites da imaginação". Já a própria Denise, paranaense de Irati, hoje o nome maior da mímica no Brasil, assim explica este seu novo espetáculo:
- "É um momento de síntese, espetáculo unipersonal, onde os movimetos partem do estético. trabalho arriscado que começa sem emoção. o público vai se levando nas mesmas linguagens. Daí começa a florescer: é um outro tempo quem quiser surpresas primárias não vai encontrar. Queremos despertar um "Paquistão Cerebral".
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