No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de janeiro de 1991
Já que hoje falamos em gente criativa da chamada música clássica, aqui vai mais um registro: Marlos Nobre, hoje aos 53 anos, o compositor brasileiro de maior prestígio internacional, conquistou um novo êxito na Europa: dia 25 de novembro, regeu a Royal Philharmonic Orchestra no Purcell Room, em Londres, com o auditório totalmente lotado (ingressos vendidos entre 4 a 6 libras esterlinas, equivalente a Cr$ 15 e Cr$ 25 mil). Marlos dirigiu suas peças "Biosfera" e "Concerto para Cordas", para orquestra e coral, e "Concertantes do Imaginário" e "Desafio VII", ambas para piano e orquestra, atuando como solista a sua esposa, Maria Luiza Corker Nobre.
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A imprensa inglesa deu grande destaque ao concerto. "Musical Opinion" dedicou sua matéria de capa ao compositor pernambucano. O crítico inglês Robert Mathew Walker fez duas páginas sobre Marlos Nobre, classificando o seu "Concerto para Cordas" como "uma notável audição ao repertório orquestral de cordas". Esta foi a segunda visita de Marlos a Londres - onde em 1988, já regera a St. John's Smith Square Orchestra, também em concerto de suas obras, e consolidou agora seu prestígio na Inglaterra.
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O bom astral de Marlos prossegue: o maestro mexicano Eduardo Mata, da Dallas Symphony Orchestra, dos EUA, dirigiu no Royal Festival Hall (5 mil lugares), uma das mais fortes obras de Marlos, "In Memoriam", ao lado de "Biosfera". No Queen Elizabeth Hall (1.500 lugares), o célebre BBC Singers apresentou duas outras de suas peças: "Cancioneiro de Lampião" e "Yanoman". Quem também tem divulgado suas composições é o guitarrista clássico Gordon Crosskey.
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O engenheiro Leopoldino de Abreu Neto, prefeito de Antonina e cinéfilo feroz (embora nos últimos 2 anos só tenha visto vídeos, pois não lhe sobra tempo livre), possivelmente foi o único brasileiro que se lembrou de que a atriz Eve Arden, falecida aos 82 anos, em novembro último, na Califórnia, era catarinense de nascimento. Tendo nascido no Brasil mas mudando-se, com a família, ainda criança para os Estados Unidos, Eve Arden fez sua estréia na Broadway em 1934 numa das edições do "Ziegfeld Follies". Tendo alcançado grande popularidade também na televisão, como uma simpática professora na série "Our Miss Brooks", fez filmes como "Stage Door" em 1937, e "Os Tempos da Brilhantina Continuam" (Grease II) em 1982. Em 1945, chegou a ser indicada ao Oscar de melhor coadjuvante por seu trabalho em "Alma em Suplício" (Mildrete Pierce) de Michael Curtiz. Nem as mais completas enciclopédias do cinema fazem referência ao seu nascimento em Santa Catarina, mais eis um assunto para ser pesquisado pelos cinéfilos barriga-verdes.
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Crescendo os fanzines na cidade: Luís Francisco Utrabo e Mitie, donos da mais incrementada banca especializada em HQs na cidade (Itiban Revista - Rua Visconde do Rio Branco, 1381) estão montando uma publicação de quadrinhos com a colaboração de gente de talento e uma entrevista com Luís Gê.
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Uma casa de chá ao luar de janeiro: Tão (Rua Conselheiro Laurindo, 377), está fazendo um bom marketing promocional para um ambiente com recolhimento oriental.
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