No dia 13, Menezes com a orquestra de Blumenau
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de agosto de 1986
Com apenas 29 anos, Antonio Jerônimo Meneses já pode ser considerado um dos grandes violoncelistas da atualidade. Em 1982, conquistou o primeiro prêmio no Concurso Tchaikowsky, em Moscou - o que lhe abriu as portas internacionais. No ano passado, veio ao Brasil para fazer um concerto no Festival de Inverno de Campos do Jordão, viabilizado graças ao patrocínio da Souza Cruz. Este ano, estava novamente programado sua presença, no concerto de sexta-feira, 25, tendo ao piano Cecile Licad, e interpretando sonatas de Mendelssohn, Chopin e Shostakovich. Poucos dias antes do concerto, avisou ao maestro Eleazar de Carvalho, de que devido seu casamento e a viagem de lua-de-mel, não viria em julho ao Brasil. Só agora, em agosto, Menezes deve cumprir algumas apresentações, como solista da Orquestra de Câmara de Blumenau, regida por Norton Morozowicz (em Curitiba, dia 13 de agosto, no Guaíra).
Será oportunidade de nosso público conhecer este violoncelista que coloca-se ao mesmo nível de outros grandes virtuoses do instrumento, como a vietnamita Yo Yo Ma (de quem a CBS já editou vários LPs), o alemão Henrich Schiff, e o russo Boris Pergamentchikov.
Com um calendário internacional, nas melhores salas da Europa, Estados Unidos, Japão e América Latina, solista de orquestras, como a Congertgebown de Amsterdan, Sinfônicas de Londres e Viena, Antonio Menezes fez seu primeiro disco pela Deutsche Gramophon, com a Filarmônica de Berlim, regida pelo maestro Herbert von Karajan, ao lado da violinista Anne Sophie Mutter, interpretando o concerto Duplo para Violoncelo e Violino de Brahms. No ano passado, logo após sua passagem por Campos do Jordão, gravou na Sala Leopoldo Miguez da Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro, a Sonata para piano e violoncelo em mi menor, opus 38 de Joahnes Brahms e a Sonata em lá menor, "Arpeggione", de Schubert. Ao seu lado, outro grande músico, Gilberto Tinetti, pianista que integra o Trio Brasileiro (ao lado de Erich Lehninger e Watson Cliss), que se formou em Curitiba, em janeiro de 1975, durante o penúltimo Festival e Curso Internacional de Música aqui realizado.
Editado pelo selo Eldorado, com produção de Paulo Herculano, o álbum de Antonio Meneses/Gilberto Tinetti, foi uma das melhores produções de música erudita lançadas no Brasil nos últimos anos.
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