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Aramis

A noite da guitarra e o zodíaco de Clayderman

Instrumentalmente não ficamos apenas no registro de lançamentos nacionais. A públicos específicos, há duas edições de definição bem clara: "Night of the Guitar", álbum duplo (RS/EMI/Odeon), registra uma síntese do melhor que foi apresentado ao vivo no concerto de 3 horas, realizado há um ano (26/11/88) no Hammersmith Odeon, em Londres. O concerto reuniu nove dos novos expoentes da guitarra elétrica e acústica, incluindo Randy California (Spirit), Peter Kaycoock (Climax), Steve Howe (Yes, Ásia), Steve Hunter (Lou Reed, Alice Cooper), Alvin Lee (Ten Years After), Andy Powell (Wishbolne Ash), Ted Turner (idem) e Leslie Weast (idem). Cada um tocou quatro músicas, algumas vezes com a participação de outros guitarristas convidados, o que faz desta edição um documento único - representativo da tourné internacional do projeto que atingiu oito países da Europa e Estados Unidos (no Brasil, só Wisbone e West se apresentaram no Rio e São Paulo). Para quem se liga a música instrumental, de guitarra, um lançamento indispensável. xxx Para fugir da imagem de diluidor pasteurizado de sucessos semestrais, hoje dono de considerável fortuna, Richard Clayderman decidiu enfrentar um projeto bem audacioso para um tecladista de sua limitações comerciais: "Zodiacal Symphony" (CBS, setembro/89). Uma peça em 12 movimentos, dos franceses Senneville / Baudlot, com arranjos de R. Ribeiro, foi desenvolvido em termos de zodíaco. Afinal, a astrologia musical já tem inspirado (e pelo visto ajudado) muita gente - inclusive o brasileiro Oswaldo Montenegro com seus "Signos". Clayderman, portanto, não é o primeiro caso de recorrer a uma temática de forte apelo popular (são milhões de pessoas que se deixam influenciar pelos astros, estudando influências, desígnios, etc.) e oferece, assim, musicalmente, um álbum feito para ampliar sua faixa de fãs - que há quase 10 anos vem garantindo sua presença entre os tecladistas mais requisitados. Mas entre ouvi-lo em pasteurizadas versões de sucessos de outros artistas a um trabalho de alguma originalidade com esta sinfonia pop zodiacal, ficamos com esta experiência ao menos simpática e auditivamente não poluente.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
18
05/11/1989

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