A noite de Lápis.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de maio de 1978
O publicitário Ewaldo Schleder Filho, 28 anos, está dando uma prova de amizade à Palmilor Rodrigues Ferreira (1942-1978), o querido "Lápis". Enquanto muitos de seus antigos amigos, passados poucos meses de sua morte, já não mais se lembrando compositor e violonista das madrugadas curitibanas - e a Fundação Cultural, infelizmente, não se decidiu a reservar de seu gordo orçamento uma fatia para editar um disco com as músicas de Lápis (apesar de vários vereadores terem se manifestado, oficialmente, a este respeito),Schleder, junto com um amigo, o advogado e violonista Manoel Moscalewski, está estruturando um espetáculo, "Lápis de Cor e Salteado", programado para o dia 1o de junho no Guairão.
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Schleder, no texto que preparou para o programa do espetáculo - já com as presenças asseguradas da cantora Evanira dos Santos, Samjazz Quintet, o Bitten IV (reunido, novamente, especialmente para aquela noite) faz um sincero depoimento. Sob o título "Lápis, chova ou faça sol", recorda que "tive o privilégio de conhecer bem de perto o imenso coração e a cabeça do senhor Palmilor Rodrigues Ferreira, apelidado pelos amigos do Correio, seu primeiro emprego, de Lápis, carinhosamente. Os bem íntimos o abreviavam para Palmi. Ele era, é e sempre será muito grande no meio da gente. Ele está muito bem acompanhado, organizando felicidade e música com Noel, Chico Viola e a Márcia, sua companheira querida (...)Lápis nasceu nas Mêrces, à mercê de toda sorte da vida. Porém, a sorte nem sempre foi sua companheira: um atropelamento em plena calçada de Copacabana, um acidente automobilístico no qual desencarnou a sua musa, duas operações cardíacas etc".
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Mas a música de Lápis não morreu. Dia 1o , no Guaíra, um espetáculo em sua homenagem, que merece ser prestigiado por todos!
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