Novas lideranças. Novas?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de maio de 1978
Neste período de amplas especulações (e esperanças, por que não?) políticas, muitas teses, propostas e idéias são desenvolvidas. Um dos assuntos mais comentados neste início de semana, nos corredores da Assembléia Legislativa e mesmo nas salas mais discretas do Palácio Iguaçu, é a transformação radical que sofrerão as chamadas "lideranças estaduais", dependendo dos resultados das eleições de 15 de novembro.
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Com a extinção dos partidos - o que deve ocorrer nas horas seguintes as próximas eleições - muitos jovens políticos, que se sentem, atualmente, desajustados nas agremiações que se encontram e a qual foram obrigadas a filiarem-se exclusivamente por uma legal questão de conquista de mandatos, estarão libertos para partir para novos projetos, integrando-se aos movimentos que realmente bons de votos - e afinal, o próprio presidente Geisel já disse que já disse que vale quem tem votos populares poderão, com toda legitimidade, reinvidicar e exercer uma liderança, até hoje entregue na maioria das vezes aos bajuladores dos donos do poder.
Em termos de Paraná, um aspecto é particularmente importante: existem, no mínimo, duas dezenas de jovens entre 28/40 anos, hoje postulando na política nas esferas municipais, estadual e mesmo federal, que vem trilhando caminhos eleitorais desde os tempos em que disputavam já as diretorias dos grêmios estudantis. Esse saudável exercício democrático é que deve contar muito, acima de divergências ideológicas e políticas, na reformulação que se prevê - e espera - para a partir de 15 de novembro. Os deputados Êneas Faria, Francisco Rodrigues Accioly Neto, Nilson Sguarezzi, Osvaldo Macedo e Luís Roberto Soares; Cândido Martins de Oliveira - que sai agora como candidato ao Senado, pela Arena, José Richa, também candidato ao Senado, pelo MDB, só para citar alguns exemplos, são homens que vêm caminhando contemporaneamente, na briga pelos votos. E todos exerceram cargos em entidades estudantis, com maior ou menor brilho, mas sempre disputando pleitos democráticos. Estes - como outros políticos de formação universitária, sentem-se. Muitas vezes, angustiados pelas barreiras do bipartidarismo e, tem, condições de reivindicarem novas posições mais abertas, nos próximos meses. Desde que, evidentemente, não se surpreendam com os resultados eleitorais de 15 de novembro.
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