O festival dos estudantes
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de abril de 1977
Uma década após o ciclo dos festivais de música popular, que entre 1966/69 movimentou a criatividade da juventude brasileira, o presidente do Diretório Central dos Estudantes, Sylvano da Rocha Loures Neto, decidiu ressuscitar esse tipo de promoção, com uma mostra competitiva, entre 29 de abril a 1º de maio, no auditório do Colégio Estadual do Paraná. As inscrições das músicas poderão ser feitas até o dia 18 de abril e os prêmios oferecidos totalizam Cr$ 19 mil (Cr$ 10 mil ao autor da melhor música).
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As experiências dos festivais regionais de emepebê tem sido frustrantes. Mais de 15 foram realizadas em Curitiba e algumas cidades do Interior (Pato Branco, Londrina, Cascavel, Guarapuava, Ponta Grossa e Paranaguá), mas não houve, praticamente, nenhuma revelação expressiva. Também os organizadores sempre esqueceram de reservar verba para financiar a edição sequer de um compacto das músicas premiadas, de forma que não existe, praticamente, registro, das músicas premiadas - algumas esquecidas até pelos seus autores. Por outro lado, em alguns festivais - como o de Pato Branco, em 1974 - apareceram dezenas de medíocres composições, com letras em (péssimo) inglês, no maior atentado de colonialismo cultural da juventude. Felizmente, o regulamento do Festival de MPB da DCE-UCP, prevê em seu artigo oitavo que "será vedada a música que contenha títulos ou expressões não assimiladas por nossa cultura". Ao menos assim, se garante que as músicas concorrentes sejam escritas em português.
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A notícia foi distribuída pelo British News Service, mas merece ser aproveitada: foi iniciado domingo à noite, pela BBC, a transmissão de uma série de 10 programas com o título "Do Guarani à Bossa Nova", produzida por Irineu Guerrini e destinada a mostrar aos ingleses a evolução da MPB, a partir de Carlos Gomes, Guerrini entusiasmou-se com a nossa música ao produzir um especial em homenagem ao Brasil, a 7 de setembro do ano passado, quando ouviu "O Guarani" de Carlos Gomes, uma embolada de Jararaca e Ratinho, um maxixe e outros gêneros.
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Frank Ackler, um dos mais competentes técnicos em gravação do País, passou o fim de semana na cidade, tentando registrar um tape com a Camerata Antigua, para um novo elepê. No sábado à tarde, utilizando o seu moderno aparelho, registrou um sincero depoimento da cantora Clementina de Jesus. O frio assustou um pouco a veterana partideira, mas assim mesmo ela fez três marcantes "shows" no Paiol, ao lado do grupo Vissungo.
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