Quando se faziam músicas para mostrar nossos carnavalescos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de fevereiro de 1990
Existe sim!
Existe música de carnaval curitibana gravada. São raras mas já foram para o vinil. Há 17 anos, a Top Tape produziu um elepê com sambas-de-enredo de escolas de samba de vários estados e do Paraná escolheu um samba da Dom Pedro.
Mais tarde, 1980/81, quando a advogada Maria Elisa Ferraz de Carvalho Paciornik, hoje presidenta do Instituto de Administração Municipal, era a coordenadora de Ação Cultural (administração Luís Roberto Soares) apoiou uma idéia do compositor Cláudio Ribeiro e promoveu duas edições de Abre Alas - Festival de Músicas Carnavalescas.
Por dois anos consecutivos, em palanque da Boca maldita, os concorrentes apresentavam suas músicas e em dois compactos simples as classificadas foram perpetuadas. Em 1981, a vencedora foi "Sambicura da Galinha", de dona Nair Pereira dos Santos (mãe do compositor Homero Repolli), defendida por Reinaldo Bola, depois Rei Momo e hoje soberano da festa no Rio de Janeiro. Classificaram-se naquele ano também "Gota de Orvalho" (Laiz Miranda), "Eu Quero Mé" (Osmar de Oliveira), "Eu, Você e o Carnaval" (Nelson Santos/Bráulio Prado), "Marcha das Gordinhas" (Vera Vargas) e "Sangria de Carnaval" (Clemerson Clevê/Mário Stasiak/Noel Manfredini).
No ano seguinte, a dupla João Paraná/Panchito Arrabé foi a vencedora com "Muito Prazer", seguido de "Sonho de Carnaval" (Nelson Santos/Alaor da Flauta), "Protesto" (Laís Miranda) e "Porquinha Maluca" Nair Pereira dos Santos) - novamente defendida pelo Rei Momo Bola.
Os disquinhos foram editados pela Secretaria da Cultura, selo WOX, da Audison e distribuídos às emissoras. Responda rápido: será que algum dos programadores de nossas rádios lembrou-se, alguma vez, de divulgar esses esforçados exemplos de fazer música de Carnaval em Curitiba?
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