O mercado das HQs
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de outubro de 1975
As Histórias-em-Quadrinhos não foram redescobertas apenas pelos intelectuais, que a partir da metade dos anos 60 passaram a dedicar maior atenção aos comies e sua extraordinária força de comunicação. Hoje, em termos de Brasil, há uma reavaliação das HQs inclusive em termos empresariais, com muitas editoras investindo no setor. Embora a experiência do "Gibi", no esquema tabloide e semanal, não tenha dado certo, a Rio Gráfica e Editora, vem prestigiando as boas idéias de [Sônia] Hirsch, que, aluna de Francisco [Araújo], na Universidade de Brasília (primeira do mundo a introduzir a cadeira de HQs no curso de comunicação), aprendeu as lições e assim vem dando a todos os lançamentos da RGE, um tratamento didático. A Bloch entrou também violentamente no campo das HQs, com uma série de revistas em tamanho de bolso e agora aparece uma nova editora, a Etcetera, dirigida pelo conhecido jornalista Fernando de Castro Ferro. Entre outras novidades que a Etcetera traz está um novo herói espacial: "Perry". Destinado ao público adulto e com circulação quinzenal, a nova revista promete "êxtases cósmicos", na mesma linha de Barbarela - a primeira heroína das HQs a levar o erotismo ao espaço. A propósito quem curte quadrinhos, tem chance de assistir hoje, às 18 horas, na sala de exibição Arnaldo Fontana do Museu Guido Viaro, um dos melhores filmes que teve por temática as HQs: "O Jogo do Massacre" (Jeu de Massacre), de Alain Jessua, com Jean Pierre Cassel e Claudine Auger. Só que a versão é original, sem legendas, já que a cópia pertence a Aliança Francesa, pois a original comercial, [distribuída] pela Condor (e exibida no antigo cine de arte Riviera, há 8 anos passados) há muito já foi retirada de circulação. De qualquer forma, aqui fica a dica aos interessados...
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