O pensamento político de Giba
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de novembro de 1989
Algumas reflexões de Gilberto Vasconcelos em "Collor - a cocaína dos pobres" (A nova cara da Direita)":
"A esquerda ainda não entendeu que o verdadeiro não é popular, assim como é através de história que rola a memória do Brasil. Nosso povo acredita que o inconcebível pode ser verídico. Alertando Leonel Brizola em 1979, o cineasta Galuber Rocha dizia que a razão mística é mais importante do que a razão política para chegar ao poder".
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"Leonel Brizola está próximo do folclore, o "lore" do povo, a sabedoria popular, a ciência do simples, a normalidade funcional e pacata do povo brasileiro. Fernando Collor de Mello nunca leu Casa Grande & Senzala. Ele é o Jânio Quadros clean que necessita da Rede Globo como carisma, espécie de torpedo para destruir Leonel Brizola, o corisco maragato desprovido do aparato tecnológico.
Collor é Rambo, Brizola é Vietnan".
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"A TV é o gás, não o líquido da Coca Cola".
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"Leonel Brizola promete uma televisão pública durante o seu governo porque ele sabe que Jango caiu porque não dispunha de canal de TV".
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"Mister Collor quer se apresentar como um candidato sem ideologia, que não se situa nem à direita, nem à esquerda, tampouco ao centro: um tipo singularíssimo cuja missão é colocar os ladrões na cadeia. Ele dispensa o rótulo de candidato liberal, socialista, capitalista, positivista, dialético, totalitário. Sua ideologia se resume nele: Collor, a boneca valente do Nordeste. Seu charme é a sua pessoa, não o partido, nem o projeto, muito menos a classe social. E, por incrível que pareça, ninguém o considera um político personalista, centralizado, egocêntrico, narcisista, coronel, cacique".
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"É aquela velha discussão: a mídia faz ou não faz a cabeça do povo? A Mídia, dizia Samuel Wainer, não ajuda a ganhar uma eleição, mas ajuda a perder. A mídia faz e, ao mesmo tempo, não faz a cabeça do povo. Isso porque se ela fizer inteiramente a cabeça do povo, o candidato Leonel Brizola estará fadado a perder as eleições, não obstante a sua conhecida e extraordinária performance no áudio e na televisão".
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