Observatório
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de maio de 1980
O exibido, produtor e distribuidor Isidoro Lassalve, da Arco Íris e comandante de uma rede e comandante de uma rede de mais de 100 cinemas no Sul do Brasil, reuniu ontem dirigentes de entidades espírituais, na confortável cabine de sua distribuidora, para uma sessão especial de << Joelma, 23.º andar >>, de Clery Cunha - que estréia amanhã no Condor, em substituição ao excelente << Cinzas do Paraíso >>, de Clery Terence Malick. Utilizando seqüências filmadas durante o incêndio do edifício na Capital de São Paulo e reunindo um relato psicografado por Chic Xavier (cuja indicação ao Nobel da Paz está movimentando milhares de kerdecistas em todo o País, através de listas a serem encaminhadas à Fundação Nobel, em Estocolmo), esta produção tem cenas de grande realismo. A principal atriz é a jovem Beth Goulart, filha de Paulo Goulart-Nicete Bruno, que entre 1963/64 freqüentou jardins de infâncias em Curitiba, quando seus pais aqui residiam, como primeiros nomes do Teatro de Comédia do Paraná. Hoje, Beth Goulart é uma atriz em ascensão e o primeiro nome do elenco de << Joelma, 23.º andar >>, que traz um elenco de novos intérpretes e apenas uma veterana: Liana Duval.
Os compositores inéditos do Paraná não têm razões de queixa de falta de oportunidade de mostrar seus trabalhos: afora constantes << festivais >> de âmbos municipais, agora a Secretária da Cultura iniciou o projeto << Todos os Cantos >>, cuja primeira eliminação será dentro de 2 semanas, em Pato Branco, enquanto que em Londrina, no próximo fim de semana, haverá uma pré-seleção dos trabalhos inscritos na II Mostra de MPB de Londrina. Organizada pelos alunos de Comunicação Social, habilitação em jornalismo, integrantes do Grupo de Estudos Musicais do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual, a promoção tem o positivo aspecto de não ser competitiva. O jornalista Marinósio Filho, um dos idealizadores deste evento - que tem sua apresentação oficial de 13 a 15 de junho, no Cine Teatro Universitário Ouro Verde, está satisfeito com as inscrições: 115 compositores apresentaram 227 músicas. deste total, 20 são de autores de Curitiba, 15 de Maringá e os demais de outras cidades.
Em 1979, houve 60 inscrições com 120 músicas. Explica Marinósio que << além do objetivo primeiro, que é o de fazer surgir novos valores da nossa música, a nível regional, o movimento tem como filosofia procurar a solidificação de tal projeto, como manifestação essencialmente cultural-regional, em função da inexistência de uma tradição cultural em Londrina. A partir dos festivais universitários dos anos 70, Londrina sofreu um hiato dessas promoções. Assim, o caráter da mostra é de << perfil >>: apresentação de produtos realizados por valores locais, ainda não contaminados com os esquemas laboratoriais que envolvem a música popular de nossos dias >>. Falou Marinósio!
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