Os filmes de Bergman
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de abril de 1975
Cineasta maldito durante muitos anos, marginalizado mesmo em seu país, o sueco Ingmar Bergman é hoje sucesso de bilheteria com os filmes mais densos do cinema contemporâneo. "Gritos e Sussurros", sua penúltima obra (o filme mais recente, "Cenas de Um Casamento", originalmente realizado para televisão, ainda não foi lançado no Brasil) ganhou os mais importantes prêmios na temporada 1973/74 e nem por isso deixou de faturar muito em sua estréia na Guanabara. O que justificou a atenção do distribuidor Magalhães Lucas, da Art Filmes, a dar um lançamento mais cuidadoso ao filme em Curitiba: hoje, às 10 horas, haverá uma sessão para a imprensa e convidados especiais no cine Plaza e a partir de quinta-feira, "Gritos e Sussurros" terá sua estréia, marcando "uma nova fase do cine Plaza", garante Alfredo Prim, responsável pela Cinegeral. Com Harriet Anderson, Liv Ullman, Ingrid Thulin e Karl Sylwan, "Gritos e Sussurros" recebeu os principais prêmios da National Society of Films Critics, da New York Film Critics, foi exibido hors concours no Festival de Cannes no ano passado, quando também recebeu o Oscar de melhor filme exibido em 1974 no Rio de Janeiro.
Realizado 170 anos antes de "Gritos e Sussurros", "O Sétimo Selo" (Det Sjunge Inseglet, 1956) foi importado no ano passado pelo Cinema-1, que agora o exibe em Curitiba (sala Scala, hoje e amanhã, 4 sessões). Marcando outra fase de sua carreira - infelizmente de sua filmografia, 14 títulos permanecem inéditos - "O Sétimo Selo" é um filme profundo, com o universo de angústicas e crises religiosas de Bergman. Uma oportunidade especial de conhecer duas etapas na carreira de um dos gênios do cinema contemporâneo: hoje e amanhã, "O Sétimo Selo". A partir de quinta-feira, "Gritos e Sussurros".
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