Os galos do Expedito
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de julho de 1976
O deputado Expedito Zanotti (MDB-Apucarana) conseguiu destaque nacional com sua posição em defesa dos "galistas": como é um dos mais apaixonados adeptos de brigas de galo, o deputado emedebista apresentou um projeto de lei dispondo sobre a atualização para briga de galos, "antes de tudo a defesa de uma classe que nasceu para lugar e que, não o fazendo, está indo contra sua própria natureza". Aproveitando a proposição do deputado paranaense e o sucesso que a dupla João Bosco /Aldir Blanc faz no momento com o lp "Briga de Galos" (um dos melhores lançamentos do ano), a editoria de "Fatos & Fotos" dedicou ao assunto uma reportagem de 4 páginas - o maior destaque que o deputado Zanotti poderia conseguir junto a imprensa nacional.
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O deputado paranaense acredita que "a verdadeira violência não está na sangueira que escorre nas rinhas, mas no decreto nº 50.620, de 18 de maio de 1961, elaborado pelo então presidente Jânio Quadros, que proibiu os combates dos chamados machões dos poleiros em todo o território nacional". Expedido raciocina a respeito:
- Não entendo porque os ringues do boxe e luta-livre ainda não foram fechados. Afinal de contas, o enunciado do artigo 2º do decreto está bem claro: "Fica proibido realizar ou promover espetáculos cuja atração constitua a luta de animais de qualquer espécie. E nisso tudo onde fica o homem? Por acaso ele também não é um animal?
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Mineiro mas radicado no Norte do Paraná há anos, Expedido, ex-vereador em Apucarana, é um grande criador de galos de briga. Milionário, viaja constantemente para permutar ovos e reprodutores. Mas, dizem seus amigos, que ele canaliza toda sua agressividade para as rinhas de galo. Pessoalmente é um homem calmo e tranqüilo. A não ser quando alguém argumenta contra as brigas de galo. Daí que briga é o Expedito.
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