Os melhores, segundo Cabral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de janeiro de 1980
Sérgio Cabral, 42 anos, jornalista, roteirista e diretor de shows, autor de três livros básicos da MPB - "As Escolas de Samba - Quem, Quando, Onde, Como, Por quê ?" (Editora Fontana, 1974), "Pixinguinha" (1977, monografia premiada pela Funarte) e "ABC de Sérgio Cabral" (Editora Codecri, 1979), trabalha atualmente num elepê em que o tenor Paulo Fortes interpreta serestas. Cantor lírico, ator bissexto (em "Maneco, O Super Tio", em exibição no Rivoli, faz um pequeno papel), Paulo fará uma nova experiência agora, na área da música popular, depois de ter participado de gravação da "Ópera do Malandro " (Polygram, 2 elepês), considerado um dos 10 melhores lançamentos do ano passado. Anualmente, Sérgio participa do referendum d'O ESTADO sobre os melhores da MPB, com uma lista das mais respeitadas - pelos seus vinte e poucos anos de vivência entre o que há de melhor e mais autêntico em nossa cultura popular.
Este ano, infelizmente, sua lista chegou após ter sido editado o suplemento "Fim-de-Semana" (que circulou na edição de 11/01/80), mas pela importância do voto de Sérgio, não pode deixar de ser divulgada.
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Sérgio apontou as seguintes músicas como as mais importantes gravadas no ano passado: "Tô Voltando" (Maurício Tapajós / Paulo Cesar Pinheiro); "Pá-Nela" (Luiz Gonzaga Jr.); "Explode Coração" (Luiz Gonzaga Jr.); "Samba do Malandro" (Chico Buarque); "Geni e o Zepellim" (Chico Buarque), (Baden Powell / Paulo Cesar Pinheiro); "Suplica" (João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro) e "Começar de Novo" (Ivan Lins / Victor Martins).
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Como os melhores elepês nacionais de 1979, Sérgio Cabral - que foi um dos fundadores d'"O Pasquim" e é o crítico de MPB do jornal "O Globo", apontou os seguintes: "Clássicos em Choro" com o flautista Altamiro Carrilho (Polygram); "Pedaços" com Simen (Odeon); "Clube do Samba" com João Nogueira (Polygram); "Elis, Essa Mulher" com Elis Regina (WEA); "No Pagode", com Beth Carvalho (RCA); "Coisas da Vida", com Roberto Ribeiro (Odeon); "Esperança" com Clara Nunes (Odeon); "Gonzaguinha da Vida" com Luiz Gonzaga Jr. (Odeon); "A Ópera do Malandro", diversos intérpretes (músicas de Chico Buarque) (Polygram); "Sala e Salão" com Martinho da Vila (RCA) e "Clementina de Jesus" (Odeon).
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Outros destaques segundo Sérgio Cabral: melhor espetáculo de MPB - "Tributo a Jacob do Bandolim", direção de Hermínio Bello de Carvalho, com a Camerata Carioca e Radamés Gnatalli (e que teve sua estréia nacional em Curitiba, Teatro Guaíra, agosto/79); Evento da maior importância: a presença vigorosa das mulheres na MPB, como cantoras, compositoras etc. Compositor: Gonzaguinha. Cantor: Emílio Santiago; Cantora: Simone. Revelação de cantora: Joana; Revelação de compositora: Fátima Guedes; Instrumentista: Hermeto Paschoal; Grupo Instrumental: A Cor do Som; Revelação do grupo vocal; Arranjador: Geraldo Vespar (pelo trabalho nos elepês de Roberto Ribeiro e João Nogueira.
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Uma lista sensata de um grande defensor da MPB. Falou!
LEGENDA: Sérgio Cabral aponta os melhores da MPB.
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