Pão com tecnologia
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de novembro de 1977
Ao anunciar a realização, de 4 a 9 dezembro, do 13º Congresso Brasileiro de Panificação, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação, Joaquim de Moura Correia, disse que entre os objetivos do certame se inclui "o da liberdade de criar novos produtos para o consumo da população. Não podemos ficar limitados a fabricação de um único tipo de pão. Da mesma forma que não foi e não é nossa intenção deixar de oferecer pão barato e de boa qualidade à população".
Moura Correia disse ainda que "a falta de liberdade para a produção de novos tipos de pães, aliada a ampla e caracterizada escassez de mecanismos oficiais de apoio a indústria, está levando o nosso setor inclusive a uma estagnação tecnológica. Isto é muito ruim para nós, frisou, que ainda operamos com as mesmas técnicas do começo do século, enquanto outros países estão evoluindo rapidamente, sem prejuízo da qualidade, do preço e do atendimento a população".
O presidente da Associação revelou que cerca de mil e 800 indústrias participarão do 13º Congresso, no Rio de Janeiro, que se propõe a considerar uma série de temas "vitais e urgentes para a sobrevivência de nossa categoria, que terá mais cedo ou mais tarde que sair do artesanato e ingressar na economia de escala. Não estamos querendo inventar nem estamos proclamando verdades supérfluas, pois é preciso haver da parte das autoridades certa compreensão para as reivindicações justas do setor, nem sempre compreendidas e analisadas".
"Não há razão para se supor, concluiu Joaquim de Moura Correia, que algum dia, em função da prática industrial comercial mais aberta, venha a se prejudicar a população, com as indústrias de panificação sonegando o pão francês, por exemplo. As barreiras colocadas devem ser retiradas".
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