Os lusitanos estão chegando (para ajudar as indústrias)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de agosto de 1975
Há mais de duas semanas, os empresários portugueses Carlos Grillo, 47 anos e Fernando Muller, 42 anos, que dirigiam um pequeno grupo de 14 grandes empresas em Lisboa, estão mantendo contatos com os círculos econômicos do Estado, estudando a implantação na Cidade industrial de uma fábrica de embalagens metálicas para spray - semelhante a Alvembra, que possuíam na localidade de Cintra. Nos próximos dias chega um terceiro sócio, o engenheiro Clarisseau Mesquita de Abreu, a exemplo de Grillo e Muller, descontente com a situação política em Portugal e que decidiu refazer sua vida no Brasil.
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A fábrica de embalagens metálicas para spray será implantada em 18 meses, num investimento previsto de Cr$ 30 milhões e com capacidade inicial de 24 milhões de de unidades por ano. Em Portugal, o grupo Grillo-Muller-Mesquita, dedicava-se a múltiplas empresas, desde a embalagem metálicas até os gêneros alimentícios, possuindo inclusive um dos mais sofisticados restaurantes de Lisboa, a Adega do Teixeira, cujo mestre-cuca, Fernando Ferreira, ex-Maxins, de Paris, está disposto também a vir para Curitiba, possivelmente para dirigir o restaurante classe A, que o arquiteto Ayrton Cornelsen projeta para o Ginásio do Clube Atlético Paranaense.
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Vários outros empresários portugueses estão sendo aguardados em Curitiba nos próximos dias. O arquiteto Ayrton Cornelsen, que durante 10 anos residiu em Portugal, vem fazendo os contatos, pois seus amigos lusitanos, desesperados com a situação política da terra natal, estão interessados em vir para o Brasil e aqui aplicar recursos e know0how. Com isso, Cornelsen transformou-se uma espécie de adido comercial dos portugueses no exílio, tarefa a qual vem se dedicando, aliás, com todo o entusiasmo.
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