Paraná começa a assumir sua vocação nativista
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de julho de 1987
A propósito de um registro que fizemos, há algumas semanas, sobre o Nativismo no Paraná, o promotor Arthur Tramujas Neto, atualmente prestando serviços em São José dos Pinhais, nos endereçou longa e inteligente carta, que pelas objetivas colocações feitas mereceu transcrição integral. Pelo visto, o tema Nativismo interessa a outros leitores - e, por coincidência, quando, indiretamente, o mesmo mereceu discussões paralelas na tarde de sexta-feira, na mesa redonda sobre "Música de Festivais: Colonialismo e Nativismo", em Cascavel, achamos oportuno a divulgação de outra carta que recebemos há alguns dias, do senhor Pedro Elói Rech, de Umuarama.
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"Acompanho regularmente a sua coluna, especialmente quando são abordados os temas relativos ao tradicionalismo. Fiquei particularmente maravilhado com a contribuição do eminente Promotor Público, Dr. Arthur Tramujas Neto, que em poucas palavras mostrou todo o valor e apreço pelas raízes que cultiva.
Como apreciador do tradicionalismo e como professor de sociologia quero também enviar uma contribuição que me parece ser bastante significativa.
Em Umuarama foi fundado no mês de agosto de 1986 o CTG Querência da Amizade, com as primeiras reuniões. A partir deste ano, o grupo foi crescendo e podemos afirmar que apesar de ainda estarmos em fase de estruturação, já estamos consolidados.
Neste final de semana passada, dias 10 a 12 de julho, tivemos uma grande atividade.
O CTG, que tem por patrão Gelci Andreolli, trouxe a Umuarama o Grupo Nativo Farroupilha, da cidade de Erechim, composto por 54 elementos e mais o grupo musical Os Gaudérios.
No dia 10 à noite, o grupo Nativo Farroupilha maravilhou um público de mais de 3.000 pessoas com as danças folclóricas, declamações e grupos vocais. No sábado, dia 11, foi desenvolvida uma importante atividade cultural no salão paroquial da Igreja São Francisco de Assis onde foram mostrados os trajes típicos do gaúcho em sua evolução histórica.
Também acompanhou o grupo a primeira prenda do Rio Grande e hoje conselheira do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Alessandra Carvalho da Morra, que falou sobre o valor e a importância do tradicionalismo e sobre o movimento dos CTGs e MTG.
A noite, no Clube Português, foi realizado o maior fandango já visto em Umuarama e animado pelos Gaudérios e a apresentação de novas danças pelo Grupo Nativo Farroupilha.
No domingo foi gravado ao vivo o Programa "Alô Tchê", com o grupo, enquanto a gauchada e os apreciadores do bom churrasco consumiram mais de 800 quilos de carne.
Isto é o pequeno relato do que se passou e que muito ajudou para se consolidar o movimento tradicionalista em Umuarama. Mas a contribuição que eu queria te mandar é a mensagem da 1ª prenda do Rio Grande, que embora menina é uma das pessoas que mais amor e conhecimento tem, em termos de causa tradicionalista. Esta mensagem creio ser uma importante contribuição para a tua coluna.
Dela também recebi uma palestra do Barbosa Lessa sobre o "Sentido e Valor do Tradicionalismo". Não preciso destacar a sua importância, pois o nome de Barbosa Lessa já é o suficiente".
LEGENDA FOTO - Alessandra Carvalho da Motta, a bela prenda gaúcha.
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