Pixinguinha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de abril de 1978
Sábado passado, ao ser apresentado por Marinho Galera, a um artista baiano, o produtor Alvim Barbosa, coordenador-assistente do Projeto Pixinguinha, motivou uma cena bem humorada. O baiano não entendeu bem o seu nome e sua ocupação e respondeu, seriamente:
- Ah! O Senhor é o "Seo" Pixinguinha! Mas que prazer imenso conhecê-lo.
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Há alguns meses, quando foi a Belo Horizonte, tratar da inclusão do Palácio das Artes, no roteiro do Projeto Pixinguinha, um dos assessores daquela unidade cultural, perguntou a Herminio Bello de Carvalho.
- Mas o Pixinguinha também vem a Belo Horizonte?
Herminio, com muita diplomacia, respondeu:
- Não. Infelizmente nesta fase terrestre ele não pode participar. Formará, ao lado de Benedito Lacerda, a primeira dupla quando o Projeto entrar na fase celestial.
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Em termos curitibanos, o Projeto Pixinguinha não poderia começar melhor: centenas de pessoas aplaudiram nos dois primeiros dias as apresentações de Paulinho da Viola e Canhoto da Paraíba, acompanhados por Copinha (flauta), César Faria (violão), Dininho (baixo), Hercules (bateria) e Chaplim (percussão). Músicas conhecidas de Paulinho da Viola (Paulo César Baptista de Faria), ao lado de choros praticamente inéditos do extraordinário Canhoto da Paraíba (Francisco Soares, 50 anos), em interpretações perfeitas, levam o publico a um grande entusiasmo, interrompendo, várias vezes, para aplausos espontâneos.
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Hoje chega a Curitiba a Sra. Paula Faria, mãe de Paulinho e mulher de César. É que reside em Curitiba uma família muito amiga que, aproveitando a presença dos musicais Faria na cidade, os receberá em sua casa. Ao som do melhor choro, naturalmente, em reuniões ao melhor estilo daqueles saraus na casa de Jacob do Bandolim, em tranqüilos vesperais dominicais.
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