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Aramis

Poesia e música na taba de Curitiba-iba

Curitiba - iba minha tiba Curitiba - aba nossa taba Curitiba - uba nossa tuba Menina sorriso de ares mutantes Paraíso-iso de seus habitantes Cidade menina luz de toda retina do Sul a linda cortesã Polaquinha-inha Bonequinha minha Sempre vestida de lã. Indo na valentona. Com o machado e com o facão. Foi assim, há quatro anos, que o morretense Alberto Cardoso começou a abrir caminhos para recolocar na cidade a poesia declamada. Primeiro, nos bares. De início, a surpresa dos boêmios. Em seguida, novos espaços: mini-Guaíra, Biblioteca Pública ("Urbe e Urge", de Reinoldo Atem), na Universidade Católica ("Espaço Aberto") e, no Guairinha ("Polonaise", de Leminski), nas ruínas de São Francisco, na praça... Por esse caminho, desvendando nossos poetas, chega-se a "Curitiba-iba", espetáculo poético-musical que o SESC, através do Teatro da Esquina, mostrará desta quinta ao sábado (3, 4 e 5 de junho, isto é, entre o primeiro e o segundo do Brasil na Copa). Sob a direção de Mauro Araújo, "Curitiba-iba" reúne 16 poesias de nossos poetas Alice Ruiz, Paulo Leminski, Reinoldo Atem, Fernando Cardoso, Alberto Cardoso, José Correa Leite, Nilson Monteiro, Marise Manoel, Hamilton Faria, Eduardo Hoffmann, Luiz "Lulo" Alceu e Helena Kolody. Cardoso encontrou uma parceria de palco: a meiga Fernanda Motta. Mas o bardo foi generoso: convidado pelo SESC para fazer o show, ele abriu espaços para os músicos da terra. Ronald José Magalhães e Daniel Faria compuseram especialmente para o espetáculo. O primeiro, inclusive, colocou na letra de "Curitiba-iba", de Alberto Cardoso. Ronald e Daniel, autores das 14 músicas do espetáculo, levarão para o palco músicos incríveis como a turma do Regional do Nilo, além dos flautistas, especialmente convidados, José Rittes e Vandique. Não poderia faltar ainda a participação da cantora Rosa Lydia. Apenas em um momento "Curitiba-iba" mostrará um trabalho não paranaense: a música "Trenzinho Caipira", de Villa-Lobos. É o momento de embarque para Morretes. O "trem" retorna com o grupo Filhos da Lua (Perré e Negreti como "maquinistas") mostrando o fandango. O espetáculo será equilibrado, garante Mauro Araújo, às voltas com o espaço cênico que deverá comportar 13 pessoas. Com uma hora e meia de duração, com quase três meses de preparação, "Curitiba-iba" não poderia ficar reduzida apenas aos nossos palcos. Seguirá com engenho e arte para outras bandas. Ganhará até uma gravação em vídeo para ser exibido em televisões de São Paulo. Carlos Macchi está garantindo esta produção. Afinal, o caminho já foi aberto. Pode-se muito bem dispensar o machado e o facão. A valentia é que deve permanecer. LEGENDA FOTO 1 - Fernanda, Ronal (ao violão), Mauro e Cardoso: poemusicando. LEGENDA FOTO 2 - Fernanda e Cardoso: a poesia no palco.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
3
01/06/1986

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