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Aramis

As Poesias - víseras de Cristina Gebran

" Eu vou andando pela rua e detesto andar. Não que ir para o lugar que estou indo e não queria ficar no lugar onde estava. Tudo é como um cigarrro queimando.Um vício idiota, mas que tem de estar lá. Eu sou um cigarro queimando . " Se alguém esrera(va) encontrar, nas poesias de Cristina Gebran, versos vem metrificados e estruturados com imagens de rosa, pode ir tirando o cavalinho da chuva' Essa Curitibana de 23 anos que ao entardecer de hoje ( 18h30min, para ser preciso), na loja Funarte ( Rua Cruz Machado , 98 ), estará autografando seu primeiro livro, " Blasphimias", é emoção, garra e coração. Escreve com as Víceras expostas e substitui o esquema amor-azul-do-mar-verde- esperança, por um canto que chega até a ser raivoso , sem nunca deixar de ser sincero. Parte de meu fogo divino Será para profanar os indesejados desejos do mundo poque os quero para mim porque os tenho todos em mim Mulheres que publicam poesia, há muitas. Poetas há poucas. E menos ainda as que buscam essa forma literária não apenas para divigações amorosso existências mas, sim corajosamente, expondo uma visão do mundo. Há alguns meses, Maria Elisa Ferraz de Carvalho Patronick, advogada, casada, 4 filhos, emocionou com sua sinceridade em " Maria de todo o dia ", obra aberta na prporção em que não temeu expor, em sua linguagem, as iniquietações da mulher que tenta deixar a expressão das convenções. Cristina Gebran, nas " Blasphemias", vai ainda mais longe, Não teme, inclusive, usar palavras que assustariam a outros poetas - mas que, longe de se transformatrem em palavrões, dão ainda força à sua lirica. Parte mim em teu pêlo raça o cansaço mudo e suspiro o cansaço mundo Beijo como um vampiro Surpreso e insatisfeito O teu feito parte de mim Thiago de Mello foi um dos primeiros a ler os originais de Cristina Gebran. Não a conhecia e quando esteve em Curitiba, no ano passado, participando do projeto Encontro Marcado, falou de alto e bom tom, no auditório da Reitoria, que além da alegria de poder voltar à cidade, estava feliz porque iria conhecer uma poeta de fibra. No prefácio que fez para o livro, repetiu sua admirição : Os poemas de Cristina Gebran queimam como se fossem escritos com palavras de brasa. Palavras feitas de vida, impregnadas da ardente lucidez com que essa moça vê a vida do mundo que lhe coube e, sobretudo, a sua própria vida, que nele se cumpre e se confunde, e de si mesma se perde. Ë para se encontrar que ela escreve. Madura em sua jovialidade, caminhos pelo mundo - incluindo uma longa vivência na Swinging London dos anos 70 e o de quem não aceita as verdades prontas e oficiais. Sem cair na chatice da poesia social e também escapando dos devaneios individualistas, Cristina Gebran é poeta de sangue e víseras, quando diz : Sou estátiua de meu próprio prazer Endureço com os olhos todos os espaços ocupados e ocupo com meu sangue todo espaço desabitado. LEGENDA DA FOTO 1 - Cristina uma poeta sincera. LEGENDA DA FOTO 2 - Tonia " Divina Sarah ", com ingresso a Cr$ 20 mil.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
26/04/1985

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