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Aramis

Praça do sorvete e do skate

Se um comerciante de imaginação (e, principalmente, com boa conta bancária) se dispor a pagar os Cr$ 650 mil que o velho Felix está pedindo pelo privilegiado ponto do Bar Pudim, na Praça do Redentor, poderá, a médio prazo, não só recuperar o investimento como auferir altos lucros. Isso porque o tema "comportamento", em termos curitibanos, inclui agora como hábito da população, assistir, na pequena praça do lado do Cemitério Municipal, a habilidade de uma centena de garotos adeptos do "skate", que ganharam a sua primeira pista há alguns meses. Nos fins de semana, as filas que se formam frente a sorveteria do Gaúcho se igualam ao volume de pessoas que, extasiadas, assistem as evoluções e acrobacias dos garotos que, em pouco tempo, se tornaram verdadeiros ases do "skate". *** No Rio e São Paulo, já houve campeonatos de skates, com patrocínios de várias firmas refrigerantes, fabricantes de Tashirts e dos próprios equipamentos para a prática deste esporte, que exige muito equilíbrio, habilidade e coragem de quem se lança na pista de cimento, fazendo evoluções que, muitas vezes, parecem até coreografias de Nureyey. Aqui, até agora, ninguém se lembrou de disciplinar - ou capitalizar - este novo esporte jovem, que começou a crescer nos últimos 2 anos, vindo dos Estados Unidos, é claro! *** A Praça do Redentor, aproveitada na administração Jaime Lerner como um novo ponto de encontro da população, por um lado, é valorizada, comercialmente, de outro aspecto, é representativa das poucas opções de lazer que tem o curitibano. Pois se, ironicamente, se costuma dizer que o paulista gasta seus domingos vendo os aviões pousarem e partirem no aeroporto de Congonhas agora, os curitibanos vão nos sábados, domingos e nas encaloradas noites deste verão-78, ver os garotos brincarem de "skate". VICTOR, PADRINHO DO TUBARÃO Foi mesmo o jornalista e publicitário Victor Grein Neto que deu o apelido de "Tubarão" para o Londrina E.C., numa matéria publicada em O ESTADO, no dia 18 de janeiro de 1976. Victor havia lido dias antes o romance de Peter Benchley e ao redigir o título da matéria, considerando que a equipe vinha "engolindo" todos os adversários (com exceção do Atlético), colocou "Londrina E.C., o "Tubarão 76". Na tarde do domingo, durante um jogo, o locutor Rubens Cabral, da Rádio Paiquerê, soube através de Victor da adjetivação, gostou e passou a chamar o clube de "Tubarão". *** A aceitação pelo termo foi rápida e hoje todos chamam E.C. de "Tubarão". A bela campanha que fez no Campeonato Nacional, ajudou a popularizar ainda mais o apelido, bastante apropriado aliás. Victor deixou há tempos a sucursal de O ESTADO em Londrina e é hoje sócio de Rosnel Bond na GB - Editoração, Promoções e Publicidade, em Curitiba. *** A propósito: a cobertura que O ESTADO vem dando ao Londrina E.C. justificou até que o vereador José Cardoso Leal, de Nova Esperança, apresentasse na Câmara daquela cidade um voto de louvor. Aprovado por unanimidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
21/03/1978

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