As "Revoluções" de Jarre
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de fevereiro de 1989
Para muitos ele foi pioneiro da chamada new age music. Outros o classificam simplesmente de vanguardista. O fato é que dentre os criadores contemporâneos, Jean-Michel Jarre é um dos que tem desenvolvido um trabalho mais notável, em termos da utilização do que a tecnologia possibilita à criação humana. Desde o revolucionário "Oxygene" (1976), seus discos são verdadeiros vôos espaço-musicais, que vendem milhões de cópias em todo mundo. Seu novo LP ("Revolution", Dreyfus/Polygram) dedicou às crianças, "pois são as únicas a trazerem dentro de si a verdadeira revolução". Assim o álbum é dedicado às ciranças da revolução industrial, às crianças dos anos 60 e às da era do computador e aos filhos dos emigrantes e a Dulcie Septemberg, sul-africana, assassinada em Paris, em março de 1988, por lutar contra o apartheid. No lado um, uma peça dividida em quatro partes ("Revolution" e mais uma faixa chamada
"London Ki"). No lado dois, "Tokio Kid", "Computer", "Weekend", "Septemberg", "The Emigrant" e a faixa título. Jarre, longe de propor uma música escapista e alienada, faz o som reflexivo, de quem está antenado com as coisas deste final de século.
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