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Aramis

A música futurista de Jarre e Vangelis

A suavidade e inspiração da New Age Music está conquistando público brasileiro, de forma que tanto a Polygram como a Eldorado já estão colocando nas lojas uma segunda fornada de álbuns com trabalhos de artistas representativos destas correntes. Também a CBS acredita nesta faixa do mercado, que possibilita a junção de instrumentistas de diferentes origens, desde que tragam um trabalho soft & relax em termos sonoros. Ao lado dos novos artistas que estão aparecendo dentro do amplo cobertor da New Age, há aqueles que, já há tempos vinham desenvolvendo suas próprias linguagens no campo da vanguarda musical, especialmente com a mais moderna tecnologia eletrônica. São os casos do francês Jean Pierre Jarre e do grego Vangelis, ambos com novos discos lançados agora no Brasil. Jarre vem num álbum gravado ao vivo ("In Concert-Houston/Lyon"), reunindo alguns de mais belos temas - "Rendez Vous IV", "Souvenir of China", "Oxigene V", "Equison". Em 11 anos (seu primeiro lp, "Oxigene" é de 1976), Jean Michel Jarre se firmou como um dos maiores inovadores da música, desenvolvendo trabalhos gigantescos ao ar livre ou em excursões monstros (como a que fez na China). Em 5 de abril do ao passado, Jarre fez o mais espetacular concerto multimídia jamais produzido - "Rendez Vous Houston: A City In Concert", nas comemorações dos 150 anos de Houston e da criação do Estado do Texas - mais os 25 anos da instalação da central da Nasa. Aos 39 anos, filho do compositor Maurice Jarre - famoso por suas trilhas sonoras -Jarre desenvolve um trabalho bem de acordo com este final de século, com um som que propõe a reflexão. O ideal é ouvi-lo em laser (e cada vez mais sua música vem sendo utilizada em musicoterapia e para espetáculos de dança), mas na ausência dos CD no Brasil, vale mesmo a gravação convencional. Consagrado junto ao público após a trilha sonora do premiado "Carruagens de Fogo", o grego Vangelis é outro criador que pode ser identificado com a New Age Music. A sonoridade de seu trabalho é incrível, com uma música em que funde a simplicidade de certas harmonias com os mais sofisticados recursos eletrônicos. Seu novo trabalho - "Opera Sauvage", (Polydor/Polygram), divide-se em sete movimentos compondo um universo sonoro grandioso. A abrangência da New Age é grande e não tem fronteiras. Assim, a flautista Rão Kyao, uma das maiores revelações da música instrumental européia nestes últimos anos, pelo seu som próprio, buscando harmonias criativas, também já tem sido rotulado de New Age. Seu novo lp ("Danças da Rua", Vertigo/Polygram), gravado no Rio de Janeiro, com músicos brasileiros de primeiro nível - como Marcos Resende (piano), Jorge Degas (baixo), Marçalzinho (tumbadoras/chocalho), Marcelo Salazar (reco, triângulo) Rui Luís Pereira (guitarra), Antônio Chainho (guitarra portuguesa) é um exemplo dos caminhos que um compositor-intérprete pode trilhar. Com suas flautas de bambu, Rão Kyao percorre caminhos iluminados e traz uma das músicas mais gostosas produzidas nestes últimos anos. LEGENDA FOTO: Jean Michael: música grandiloqüente.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
23
22/11/1987

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