A Sagração da Primavera
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de abril de 1975
" A Sagração da Primavera" escrita por Igor Stravinsky (1882-1972) em 1913 é uma obra que serve como ponto de referência para todos que desejam definir a certidão de nascimento do que é ainda chamado música "contemporânea". O regente e teórico Pierre Boulez, acentua que "La Sacre Du Printemps" é uma "espécie de obra-manifesto["], algo à maneira e provavelmente pelas mesmas razões das Memoiselles d'Avignon de Picasso, não deixou de engendrar primeiramente polêmicas depois louvores e finalmente os necessários esclarecimentos. Em [cinqüenta] e dois anos sua presença tem sido sentida continuamente. Por paradoxal que possa ser, até recentemente, "Le Sacre" tem feito carreira muito mais como peça de concerto do que como bailado; mesmo hoje, não obstante algumas encenações de grande êxito, as execuções sinfônicas superam de muito as apresentações coreográficas.
Do mesmo modo que o nome de Schoenberg permanece identificado basicamente com Pierrot Lunaire o de Stravinsky se prende ao Lesacre du Printemps ou, melhor diria, ao fenômeno de Le Sacre, em que estão unidos a obra e o contexto. Esta "peça" se tornou (por si mesma e pela lenda que rápido se espalhou em torno de sua criação) [à] pedra regular da música moderna.
Editando no Brasil a série de gravações com o notável regente Pierre Boulez, regendo obras de Debussy, Wagner, Ravel, Bartok, Beethoven e suas próprias composições, a CBS edita agora "Le Sacre du Printemps"com a The Cleveland Orchestra. Caprichosa edição em que se destaca uma das mais belas capas (criada por Guy Billout) de Lps clássicos editados nos últimos anos, este disco vem contribuir para tornar mais acessível a um público interessado a tão falada obra de Stravinsky.
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