Login do usuário

Aramis

Portraits Clássicos ( III )

Três magnificas sinfônias americanas em três dos melhores momentos da "CBS Portraits", a finíssima coleção que Maurício Quadrio coordenou para abrir o ano clássico da CBS. Tendo o violinista Zino Francescatti como solista, a Filarmônica de Nova Iorque, sob regência de Dimitri Mitropoutos ( 1916-1960 ) que a dirigiu por 9 anos ( 1949 -1958 ) executa duas peças marcantes, embora pouquíssimos conhecidoas : a Sinfônia Espanhola, em ré menor, opus 21, de Edourad Ialo ( 1823-1829 ) e o Concerto para violino e orquestra, número 1, em sol menor, opus 26, de Max Bruch ( 1838 -1920 ). Com a Orquestra de Cleveland regida por George Azell, termos um álbum especial : Aberturas de Ludwig Van Bethoven ( 1770 -1827 ). Para entender a importância desta gravação é bom recordar que a única ópera de Beethoven, " Fidélio", com libreto de Joseph Sonneithner e Friedrich Treichke estreou, em 20 de novembro de 1805, em uma versão de três atos regida pelo compositor. A abertura usada para execução é conhecida como Leonora nº 2.Em 1806, Beethoven revisou a ópera dividindo-a em dois atos, e foi apresentada em 29 de março com a abertura chamada de Leonora nº 3. Em sua forma final, de dois atos, foi estreada, " Fidelio ". Leonora nº 1 pode ter sido começada já e, 1803, mas Beethoven não ficou satisfeito com ela e pôs de lado. Foi apresentada com êxito em 1836 em Dusseldorf, em um festival de música, quando foi regida por Felix Mendelssohn. As três aberturas em dó maior - o prévio esboço que é o nº 1, bem como as de nº 2 e nº 3 são obras- primas de espécies diferentes - têm um aspecto em comum - a música de Beethoven não se destinava a " Leonora ", mas a " Florestan ". Assim talvez pela primeira vez numa gravação editada no Brasil, uma grande Sinfônica executa estas aberturas -, diferentes mas significativas para mostrar o gênio de Beethoven. Por último, um acontecimento : Igor Stravinski ( 1882-1971) regendo a Sinfônica Colúmbia em sua obra mais famosa, " A Sagração de Primavera ". Importante também fazer alguma digressão histórica em torno desta peça.Como no caso dos dois bailados anteriores de Stravinski, " O Pássaro de Fogo " ( 1909-1910 ) e "Petruchka" ( 1910-1911 ), "Le Sacre du Printemps" foi encomendado pelo empresário Serge Dia Ghliev para seu afamado Bellets Russos. O Impulso dramático para " La Sacre " veio um dia, em 1910, em São Petersburgo. Rússia, quando Stravinsky concluída " O Pássaro de Fogo" " Tive uma visão fugaz ", disse em sua autografia, " que me veio como completa surpresa... Vi, em imaginação, um solene ríto pagão : idosos sábios, sentados em círculo, observando uma jovem dançando até a morte. Eles a estavam sacrificando proporcionando o Deus da Primavera ". Stravinsky confiou seus bárbaros devaneios a Diaghlev, que o encorajou a compor um ballet sobre o motivo. As idéias temática finalmente chegaram no verão de 1911 e a composição propriamente começou no outono e se concluiu no começo do novo ano. A orquestração levou mais quatro meses. Stravinsky produzira uma partitura verdadeiramente revolucionária. Por certo, rítmo e dissonância são os aspectos mais imediatamente supreendentes de " La Sacre du Printemps" e é verdade que esses elementos somente tiveram imensa, até mesmo seminal influência sobre a música do século XX. Além disso, a partitura de Stravinsky é praticamente um repositório de efeitos orquestrais. Deve-se acrescentar, entretanto, que " Le Sacre " contém também inumerosas outras obras ricas e complexas, revela segredos ao ouvinte perpicaz a cada audição.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Nenhum
28/04/1985

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br