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Aramis

Teatro

A temporada de << Três noite para Donana >> (Teatro Guaíra, até o dia 24) veio confirmar um (grave) fato: a impermeabilidade do público para espetáculos que não tragam medalhões em seus elencos. Evidentemente grande parte da culpa cabe a própria companhia, pois não pode ela pretender oltar o auditório Salvador de Ferrante, com a estréia (nacional) de uma peça de tema difícil (a velhice), escrita, dirigida e interpretada por jovens totalmente desconhecidos. Um prévio trabalho de motivação - junto a uma faixa capaz de se interessar em debater o tema - poderia, eventualmente, ajudar na conquista de espectadores. Entretanto, como isto só foi feito após a primeira semana, houve o lamentável e frustante episódio de três sessões terem que ser canceladas por falta de público. Coisa que não foi a primeira - nem será a última - vez que ocorre. Em que ocorre. Em compensação, também o público por inércia e comodismo, recusa-se a comparecer a um espetáculo sem uma grande motivação (grandes nomes no elenco elogios na imprensa nacional etc.) ou o que mais funciona a chamada << propaganda de bôcas >> isto é, a recomendação de quem assistiu e gostou. Mas esta só da resultados após os primeiros dias. O fato é que a quentão de público é um assunto que preocupa os poucos homens responsáveis pelas casas de espetáculos da cidade - como Sale Wolokita (foto) do Guaíra - que podem dizer: o difícil não é organizar um bom calendário de atrações. O difícil é levar o público a aplaudir os artistas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Teatro
1
19/03/1974

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