Teatro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de fevereiro de 1974
A realização do Festival Nacional de Teatro Infantil e de Bonecos em Curitiba, nesta semana, idealizada por Sale Wolokita, superintendente da Fundação Teatro Guaíra dentro do ambiciosos Plano de Ação Cultural da SEC, constituiu sem dúvida um evento muito importante para todos que se preocupam com os caminhos do teatro em nosso País. Pois só despertando nas novas gerações o amor ao teatro é que se conseguirá ampliar a faixa de espectadores, até hoje limitado a elites universitárias ou de bom poder aquisitivo - marginalizando faixas imensas da população, que por falta de (in)formação artístico-cultural permanecem distantes do teatro - para eles sinônimo de local sofisticado, de pessoas engravatadas e senhoras de vestidos longos. Mas o teatro infantil vive um impasse: as crianças já não aceitam mais as histórias de bichos, duendes e fadas - e quando muito, aos 9-10 anos se recusam a continuar indo ao teatro - preferindo a ação dos programas de televisão ou os filmes de Walt Disney etc., lançados periodicamente nas férias. Encontrar um caminho de dramaturgia que retenha o público adolescente nos teatros é o grande desafio que se impõe - e de princípio o único caminho que se afigura é o musical. Só a possibilidade de uma discussão ampla deste problema por autores (como Oscar Von Pfuhl de Santos, uma das presenças brilhantes no festival), diretores, atores já dá grande significado ao encontro idealizado por Sale (foto) e que para o público (infantil) da cidade, oferece nada menos que 16 espetáculos - de teatro com bonecos e atores - apresentados em sessões gratuitas, no auditório Salvador de Ferrante e no Centro de Criatividade do parque São Lourenço.
Enviar novo comentário