TEATRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de fevereiro de 1973
A curta temporada do MPB-4 (Teatro do Paiol, hoje, amanhã e domingo, 21 horas) se constitui em excelente oportunidade do público da cidade em assistir um dos mais expressivos grupos vocais aparecidos na década de 60 e que tem mantido um excelente nível, desde o seu primeiro lp (Elenco, ME-32, 1963), lançado por Aloysio de Oliveira na mesma época em que aparecia também o Quarteto em Cy, este um grupo vocal feminino que sofreu múltiplas modificações em seus 10 anos de carreira. O MPB-4, ao contrário - e num fato raro dentro da vida artística (nacional ou internacional) - tem se mantido unido: Antônio José (o magro, arranjador), Ruy, Achilles e Miltinho (foto), não se afastaram em nenhum momento, profissionalizando-se, evoluindo artisticamente e alcançando um lugar em nosso panorama artístico-municipal, que durante muitos anos permaneceu exclusivo do grupo Os Cariocas, infelizmente desfeito há cinco anos. Anualmente, o MPB-4 tem aparecido com um ou dois lps, sempre do mais elevado nível artístico. A interpretação perfeita, harmônica vocal, total entrosamento, os rapazes do MPB-4 sempre souberam somar o excelente repertório criando sucessos marcantes. No último álbum ("Cicatrizes", Philips, 6349056, dezembro-72), o MPB-4 evoluiu ainda mais o seu repertório, incluindo composições como "Viva Zapátria" de Sirlan e Murilo Antunes de Oliveira, ao lado do maior hit do grupo no ano passado "Partido Alto" de Chico Buarque de Hollanda, da trilha sonora de "Quando o Carnaval Chegar" de Cacá Diegues. A presença em Curitiba do MPB-4, numa iniciativa de Benil Santos, se constitui, sem dúvida, num dos acontecimentos artísticos mais importantes da temporada.
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