Vale a Pena (ainda) o estudo do francês
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de abril de 1975
A Aliança Francesa está com justificadas preocupações em torno do inglês vir a ter o seu ensino monopolizado nas escolas de primeiro e segundo grau. Tanto é que o professor Claude Taschine, diretor executivo da Associação de Cultura Franco-Brasileira, de Curitiba;, distribuiu aos associados e alunos da Aliança, numa mala direta, mimeografada, expondo o andamento da delicada questão.
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O Conselho Federal de Educação aprovou no dia 27 de janeiro último indicação do conselheiro Newton Sucupira, solicitando um documento que defina orientações para o ensino de línguas estrangeiras nas escolas de 1º e 2º graus para evitar o monopólio de uma língua estrangeira no sistema escolar, no caso o inglês. Sucupira disse que o CFE limitou a cinco o número de disciplinas que não podem faltar no currículo de 1º e 2º graus: Português, Matemática, Ciências, História e Geografia. Deixou aos Conselhos Estaduais e aos estabelecimentos escolares a escolha das línguas estrangeiras.
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Segundo Sucupira, o novo sistema de ensino depois da Lei 4.024/61, não pretendia negligenciar o ensino de línguas estrangeiras na escola do grau médio, mas com a expansão da escola secundária no interior do País seria praticamente impossível obter professores qualificados para o estudo obrigatório de todas as línguas previstas na legislação anterior: Latim, Francês, Inglês e Espanhol. Houve, segundo Sucupira, má interpretação na Resolução 853/71, no que se refere ao ensino de línguas estrangeiras: "Recomenda-se que em Comunicação e Expressão, a título de acréscimo, se inclua uma língua estrangeira moderna, quando tenha o estabelecimento condições para ministrá-la com eficiência". Disse Newton Sucupira: "No entanto, tem ocorrido freqüentemente uma leitura demasiado restritiva do artigo que dispõe sobre o assunto, como se o CFE pretendesse reduzir o ensino das línguas estrangeiras a uma única. Em nossa opinião, o ensino do Francês;, por exemplo, não poderia ser descuidado".
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Além de ser língua de trabalho da ONU, o Francês é o idioma oficial de mais de vinte países fora da Europa, dos quais o maior número é representado pelas novas nações africanas. Logo, há interesse prático, político e comercial no seu estudo.
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