Um modelo nacional do melhor ensino técnico
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de março de 1988
Os mais velhos ainda insistem em chamá-la de Escola Técnica de Curitiba. Afinal foi com esta designação que a instituição foi fundada e se consolidou ao longo de mais de meio século. Só que há uma década - sob a égide da Lei 6.545, de 30 de junho de 1978, a antiga ETFP transformou-se em instituição de ensino integrando o 2º e o 3º graus -, e ganhando nome de Centro Federal de Ensino Tecnológico do Paraná.
Como, no passado, a antiga Escola Técnica era símbolo de uma qualidade excepcional de ensino, nestes dez anos, com nova estrutura e chegando a formação superior, a sua qualidade pedagógica e técnica somente aumentou. Num país em que o ensino público é claudicante e que o resultado oferecido pelas universidades, em sua maioria, deixa muito a desejar, a Cefet é uma exceção. Discreto, sem alardear os seus excelentes resultados, este Centro vem desenvolvendo um dos melhores trabalhos didáticos do país, formando milhares de jovens que, antes mesmo de concluírem seus cursos já têm assegurados empregos dos mais bem remunerados.
Longe vai a época em que a imagem da Escola Técnica era vista, preconceituosamente, como da escola profissionalizante para "filhos de operários", sem o glamour da vetusta universidade. Ao contrário, hoje a classe média e superior preocupa-se, cada vez mais, em que seus filhos consigam acesso às disputadíssimas vagas oferecidas semestralmente pelo Cefet - Paraná, que tem uma das maiores disputas vaga-aluno do país.
A leitura atenta do relatório de atividades do quadriênio 1984/87, que marca a passagem do professor Ataíde Moacyr Ferraza por sua direção geral demonstra, de maneira objetiva, o alcance das metas, a consolidação dos objetivos, num trabalho exemplar, em que direção e corpo docente uniram-se para dar ao crescente corpo discente uma escola moderna, tecnologicamente desenvolvida e, sobretudo, no qual se procura formar cidadãos na excepção [acepção] plena da palavra.
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Mais do que os números ao longo das 44 páginas deste relatório de administração que se encerrou, há os resultados palpáveis de uma escola-modelo hoje no âmbito do ensino profissionalizante e cujo know-how começa até a ser reciclado para outras unidades, como as duas escolas de ensino técnico, descentralizadas do Cefet-PR, que em convênio com o governo estadual, estão sendo implantadas em Medianeira e Cornélio Procópio. Em Medianeira, numa área de 72.600 metros quadrados, está sendo construída uma unidade de 7.160 metros quadrados, destinada a atender, quando plenamente instalada, a 1.920 alunos, distribuídos em dois cursos (técnico em eletrônica e técnico em alimentos). A unidade de Cornélio Procópio - com início previsto para este ano -, terá também 1.200 alunos, distribuídos em cursos de técnico em Mecânica e técnico em Eletrotécnica.
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Ocupando hoje todo um quarteirão do centro de Curitiba, com um desenvolvimento físico que acompanhou a escalada didática e de implantação de dezenas de laboratórios, salas de pesquisas e serviços complementares, o Cefet tem conseguido suplantar dificuldades burocrático-financeiras, evitar conflitos com alunos e professores, e através de um moderno sistema de ensino despertar em cada participante - mestre ou discípulo -, um grande orgulho de integrar a instituição. A substituição do professor Bertol, que o dirigirá até 1991, escolhido em lista sêxtupla, representa apenas a continuidade de um programa exemplar de trabalho, voltado à formação de uma geração responsável de profissionais - de nível médio e superior, capazes e necessários ao país. Os números de seu trabalho, a seriedade do ensino e, especialmente, a motivação que a competência de seus professores conseguem fazer com que cada aluno do Cefet tenha um comportamento exemplar.
É estimulante quando se vê um estabelecimento modelo como o Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - que merece aplausos. Expontâneos [Espontâneos] e sinceros à competência do ensino que oferece.
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